Departamentalização e assimetria de poder nas organizações públicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Amorim, Caio Gonçalves
Orientador(a): Tenório, Fernando Guilherme
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/32063
Resumo: Objetivo – O presente estudo tem por objetivo analisar como a departamentalização molda as relações de poder nas organizações públicas, sob a ótica dos sujeitos situados à margem do processo decisório, assentando a perspectiva de análise em estudos críticos, em contraponto ao pensamento tradicional, na sua hegemonia instrumentalista. Metodologia – A coleta de dados esteve baseada em dados secundários e na realização de entrevistas com servidores administrativos e empregados terceirizados das Superintendências Regionais do Trabalho – SRTb e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN, que integram a Administração Pública direta federal. Como técnica de tratamento dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo para a realização de inferências e a descoberta do conteúdo latente afeto às relações de poder travadas na estrutura das organizações públicas. Resultados – A pesquisa revelou a força da departamentalização e, mais do que a letra fria do organograma funcional, como a divisão do trabalho é vivida, com a realização de tarefas repetitivas, com uma percepção de discriminação e com uma diferença de tratamento, causadora de insatisfações e de sofrimento. Apontou, ainda, que, a despeito do autorreconhecimento, pelos integrantes do apoio administrativo, de competências, conhecimentos e experiências importantes para a organização, não se percebem detentores de poder no lugar ocupado. Limitações – As peculiaridades da Administração Pública direta brasileira não recomendam que as análises empreendidas sejam aplicadas à iniciativa privada ou a entidades públicas estrangeiras. Ademais, o viés de enfrentamento do poder nas organizações, a partir da departamentalização e da experiência de determinados sujeitos, constitui um recorte entre os muitos possíveis para o tratamento do tema. Contribuições práticas – A pesquisa almeja colaborar com o avanço em direção a uma gestão dialógica, que reconheça o relevante saber tácito que reside nos seus trabalhadores, independentemente do núcleo em que estão alocados, integrando-os ao processo decisório, para que sejam também responsáveis pelos resultados destas decisões e não apenas sofram com os seus impactos, facilitando, inclusive, processos de mudança. Contribuições sociais – A pretensão do estudo é contribuir para o enfrentamento da desigualdade, que termina por se refletir em cada um dos domínios sociais, inclusive dentro de instituições públicas, enaltecendo o conhecimento, a voz e a importância dos servidores administrativos e empregados terceirizados, enxergando-os como sujeitos, com uma trilha direcionada à eticização do poder, que permita espaço de morada ao outro. Originalidade – A lente de análise, na Administração, costuma estar voltada para o acréscimo ou, minimamente, a manutenção dos padrões de qualidade dos serviços prestados, num cenário de redução do quantitativo de trabalhadores em funções auxiliares. É oportuno, contudo, um olhar para as pessoas, buscando compreender de que forma o exercício do poder é por elas percebido e sentido.