"Silêncios que falam": a realidade sutil das microagressões de gênero no trabalho e o impacto nas carreiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: D'Enfeldt, Fabiola Hara
Orientador(a): Braga, Beatriz Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/35640
Resumo: Diante de um dos 17 temas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da agenda 2030 da ONU, item 5 Igualdade de gênero, é fato que existe discriminação de mulheres em posições estratégicas de forma recorrente no mercado de trabalho, em particular no Brasil. Mesmo quando apresentam maior qualificação do que os homens, isso não implica em seus salários e cargos condizentes, sendo as causas enraizadas historicamente com aspectos sociais, culturais e psicológicos. Trata-se de microagressões, conceito de agressões sutis definidas como insultos que podem ocorrer através de discursos e comportamentos (intencionais ou não) que, por sua sutileza, tendem a não ser notados; e, quando o são, tendem a não ser interpretados como uma forma de discriminação. Este estudo quantitativo visa apresentar evidências de validade da Escala de Microagressões de Gênero no Trabalho (EMAGT), investigar o papel preditivo do framework de Estratégias de Micro Intervenção para desarmar as microagressões de raça na aplicação em microagressões de gêneros e mapear as perspectivas das participantes sobre os efeitos prejudiciais das microagressões em suas carreiras. A amostra de participantes consistiu em um grupo de 371 mulheres, a maioria com quarenta anos ou mais, que se autodeclarou “branca”, possui pós-graduação, ganha pelo menos 10 salários-mínimos, reside na região Sudeste, tem mais de 16 anos de experiência e ocupam funções de liderança acima de gerência. Empregou-se um estudo quantitativo com delineamento transversal e correlacional. Os resultados revelaram que as microagressões ambientais, especialmente a predominância masculina em posições de liderança, emergem como as mais notáveis. Constatou-se que a estratégia de intervenção mais efetiva para combater tais agressões sutis envolve a conscientização de sua ocorrência, a afirmação dos valores e a definição de limites. Surpreendentemente, 73,9% das mulheres relataram que as microagressões já afetaram ou têm potencial para impactar negativamente suas trajetórias profissionais. Esse cenário nos instiga a ponderar sobre a ligação das microagressões com um contexto de desigualdades, que compromete o avanço das mulheres em suas carreiras e mantém os preconceitos vivos através de microinvalidações, microassaltos e microinsultos. Estamos, portanto, diante de um ciclo vicioso que desafia a igualdade no ambiente de trabalho.