Em defesa do Semiárido: cultura política, convivência e sustentabilidade do desenvolvimento no projeto do INSA (2003-2019)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Sá, Almair Morais de
Orientador(a): Freire, Américo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/36345
Resumo: As instituições políticas operam em domínios cujas possibilidades de modificação não são infinitas. Este trabalho tem como centro a atuação do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) na institucionalização de uma cultura política articulada às concepções de convivência e sustentabilidade do desenvolvimento regional/nacional e, nesse sentido, como expressão do “fazer Estado”, da crise do Estado em ação, num movimento de (des)articulações e redefinições de interesses no âmbito da política brasileira. Situa-se, portanto, no campo das tensas relações entre poder, política e instituições e sua força na produção/invenção do espaço, neste caso, o Semiárido brasileiro. Quanto aos objetivos, a pesquisa se classifica como exploratória, descritiva e explicativa. Trabalhou-se com análise de discurso na perspectiva de Michel Foucault. A pesquisa mostrou que o nascimento do INSA tornou-se possível sob o traçado de uma relação crítica e a marca de uma distância entre o Estado e a Sociedade; e concomitantemente, por um esforço de (re)aproximação conduzido por representações da esquerda. A oposição à hegemonia do discurso da seca sob a forma de um novo arranjo institucional, uma linguagem autocrítica e um corpo de ações estratégicas servia ao estabelecimento de uma consciência de ruptura que até então só aparecia no trabalho da sociedade civil organizada. Os contrapoderes acionados pelo discurso da convivência introduziram mutações substanciais na linguagem política; consensos sobre determinados termos (como Semiárido, convivência, sustentabilidade, educação contextualizada), seus usos e as formas de solidariedade que estabeleciam; todo um vocabulário de correspondências, vizinhanças e repetições que encorpavam a anatomia de uma percepção dos problemas regionais que se dizia “nova”; toda uma composição semântica, um refinamento qualitativo das palavras e uma metodologia do visível. Sua busca por legitimidade era também a afirmação de sua finitude e uma luta contra a morte. Pela narração da história, o trabalho de memória e a conjuração de esquecimentos, o discurso do Estado operava como uma espécie de justificação do poder que queria exercer e, ao mesmo tempo em favor do fortalecimento desse poder.