Essays on macrodynamics and inequality

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Valerio, André Cordeiro
Orientador(a): Ferreira, Pedro Cavalcanti Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/33217
Resumo: Essa tese contém três ensaios independentes em macroeconomia do desenvolvimento. O fio que une os três ensaios é a conexão entre a macroeconomia, e as políticas macroeconômicas, e a desigualdade de renda. O primeiro artigo investiga os efeitos econômicos de políticas de redistribuição de renda, em particular, uma política de renda básica universal e uma política de transferência condicionada, similar ao Bolsa-Família. Utilizando um modelo de gerações sobrepostas, onde os agentes são as dinastias que fazem escolhas de consumo, trabalho e acumulação de capital humano e físico, simulamos a adoção de diversas políticas de transferência e seus impactos macroeconômicos, com destaque especial sobre variáveis socio-econômicas, como desigualdade e pobreza, e sobre acumulação de capital humano. Com esse modelo concluímos que uma política de renda básica, apesar de reduzir a desigualdade e a pobreza, não é capaz de gerar desenvolvimento a longo prazo, sofrendo do alto custo fiscal da política e suas distorções, assim como das distorções geradas pelo efeito-renda. Por outro lado, uma política focalizada que simula o Bolsa-Família é capaz de gerar desenvolvimento a longo prazo, a despeito de efeitos negativos no curto prazo. A razão para isso é o incentivo que a política gera na acumulação de capital humano, que dá início a um ciclo virtuoso de crescimento. São simuladas políticas de transferência condicionadas alternativas ao Bolsa-Família e conclui-se que a condicionalidade escolar é essencial para gerar desenvolvimento a longo prazo. O segundo artigo dá continuidade ao primeiro, mas sob outra ótica. Um tema recorrente no debate de políticas de redistribuição é o conflito redistributivo presente na sociedade. Esse artigo, portanto, tenta preencher uma lacuna na literatura que é a análise da adoção de políticas de transferência à luz da economia política. Utilizando um modelo de agentes heterogêneos e mercados incompletos com uma noção de equilíbrio político-econômico, é simulado a adoção de políticas de redistribuição de renda. A política adotada é escolhida de acordo com as preferências de um eleitor mediano, que escolhe uma política de transferência que pode ser focalizada apenas nos 10% mais pobres até uma política universal. Conclui-se, portanto, que uma política de renda básica nunca é escolhida nesse contexto, sugerindo que os efeitos indiretos da política são negativos a ponto de compensar o efeito direto. Por fim, o último artigo investiga os motivos pelos quais os retornos à educação e experiência no mercado de trabalho tem reduzido ao longo dos últimos 20 anos no Brasil. É proposto um modelo de equilíbrio geral com oferta endógena de trabalhadores qualificados, que se dá através da decisão de ir, ou não, à universidade. No modelo, o capital humano tem duas dimensões: escolaridade e experiência no mercado de trabalho. Tanto as firmas quanto os trabalhadores são heterogêneos, os primeiros na produtividade em relação a cada tipo de trabalhador, enquanto os trabalhadores se diferem em sua aptidão universitária. Com o modelo, eu testo, e valido, a hipótese de que um choque positivo na oferta de formandos em universidades explica a queda tanto no retorno à educação quanto no retorno à experiência.