O que no digital pouco se vê, o servidor sente: tecnoestresse, trabalho invisível e desengajamento na administração pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Mota, Renata Branquinho Cardoso da
Orientador(a): Mansur, Juliana Arcoverde
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/35876
Resumo: Objetivo – O estudo busca investigar de que maneira o tecnoestresse (TE) influencia a percepção de trabalho invisível (PTI) e de que forma ambos atuam como mecanismos para explicar o desengajamento no trabalho (DT) de servidores na administração pública no Brasil, além de averiguar o efeito moderador da autoliderança (AL) e do reconhecimento dos pares (RP) e da liderança (RL). Metodologia – A pesquisa desenvolvida utilizou uma abordagem quantitativa do tipo Survey. Os dados foram coletados mediante questionário on line distribuído aos participantes (n = 657), todos servidores públicos federais concursados. Foram adotadas a subdimensão de burnout (versão validada para o Brasil) para medir o desengajamento no trabalho, a de tecnoestresse (versão reduzida, com sobrecarga e complexidade), a de autoliderança (versão reduzida), alguns itens do questionário de Engaging Leadership para medir o reconhecimento da liderança, a subdimensão de reconhecimento dos pares e uma escala para medir o trabalho invisível percebido. Resultados – Os resultados obtidos sugerem que o tecnoestresse influencia negativamente a percepção de trabalho invisível, e tal percepção, além de possuir efeito mediador na relação entre o TE e o DT, está positivamente relacionado ao DT. Ainda, que o RP modera a relação entre o tecnoestresse (decorrente da sobrecarga) e a PTI, efeito este não observado no RL. De modo contrário, o RL modera a relação entre o tecnoestresse (decorrente da complexidade) e a PTI, efeito este não observado no RP. Enfim, a prática de autoliderança, ao contrário do suposto, não atenua, mas sim fortalece a relação entre a percepção de trabalho invisível e o desengajamento. Limitações da pesquisa – Os dados foram coletados por um único questionário que coletou a percepção dos servidores públicos, assim o estudo é correlacional e os resultados provavelmente receberam a interferência do denominado viés do método comum e da desejabilidade social. Aplicabilidade – O estudo traz aplicação à gestão do comportamento organizacional público. Contribuições práticas – Os achados sugerem uma relação significativa entre o tecnoestresse e o desengajamento do trabalho, de modo que podem auxiliar políticas de gestão de pessoas em órgãos públicos que mitiguem efeitos da sobrecarga e complexidade tecnológicas sobre os servidores, sobretudo a partir do incremento do reconhecimento dos pares e da liderança. Contribuições sociais – A pesquisa reflete no campo da saúde e segurança do trabalho de servidores públicos, o que traz benefícios indiretos para a sociedade e o cidadão. Originalidade – O estudo avança na agenda de investigação das consequências do estresse tecnológico, o desengajamento, sob um modelo que os correlaciona com a percepção de trabalho invisível e o reconhecimento de pares e líderes, voltando-se, ainda, para o serviço público.