Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Claudio Meilman |
Orientador(a): |
Goldszmidt, Rafael Guilherme Burstein |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/10438/31788
|
Resumo: |
A doação de sangue ainda é uma questão de saúde pública. O sangue total e os derivados do sangue são o tratamento de escolha para uma série de doenças agudas e crônicas para as quais não há substitutos viáveis disponíveis no momento. Doar sangue é um comportamento custoso e, como os bancos de sangue (BS) dependem quase exclusivamente de doadores voluntários e não remunerados, muitas vezes há o risco de que a oferta não atenda à demanda. Para evitar crises, os BS desenvolvem e executam diversas iniciativas para injetar sangue fresco no pool de doadores (ou seja, recrutando novos doadores) e para mantê-lo fluindo continuamente (ou seja, obtendo doações regulares de doadores experientes). As estratégias de gerenciamento de doadores diferem entre as diversas regiões e países, provavelmente como resultado de uma combinação da cultura e legislação local, acesso a recursos, e expertise. A proporção de cidadãos que participam do pool de doadores em países de baixa e média renda é em média menor do que a dos países de alta renda. As autoridades brasileiras informaram que as taxas de doação foram de cerca de 16 por mil pessoas em 2016, dentro da faixa recomendada pela Organização Mundial da Saúde. No entanto, as práticas estruturadas de gestão de doadores são uma exceção e, embora os BS realizem campanhas de doação de forma quase contínua, eles muitas vezes não conseguem medir o impacto dessas campanhas. Como um funcionário disse certa vez, "fazemos muitas coisas (para motivar doadores e não-doadores a doar), mas não sabemos o que funciona". Desenvolver expertise através da obtenção de conhecimento sobre políticas públicas para aumentar localmente a taxa de sucesso das campanhas de recrutamento e retenção de doadores é não só possível como necessário. Foram identificadas duas áreas de pesquisa que poderiam contribuir para melhorar a expertise dos BS: avaliar o efeito de (a) inaptidões temporárias e de (b) incentivos baseados na conveniência no comportamento do doador. Poucas pesquisas abordaram o efeito das inaptidões temporárias sobre o comportamento do doador em localidades onde ações de gerenciamento são menos intensivas. As inaptidões prejudicam as carreiras dos doadores, pois os doadores inaptados apresentam taxas de retorno menores do que os considerados aptos. Mas, em que medida os BS devem se preocupar com o impacto das inaptidões nas taxas de retorno dos doadores? No primeiro artigo desta tese, avaliamos o impacto das inaptidões temporárias nas taxas de retorno de doadores ponderadas por suas características demográficas e comportamentais utilizando modelos de análise de sobrevivência. Os resultados permitem uma maior compreensão do comportamento do doador inaptado, e oferecem insights para o planejamento de intervenções que visem a conquista de doadores que não retornaram após o término do período de inaptidão. Além disso, os doadores frequentemente relatam a conveniência (a falta de conveniência) como um importante motivador (barreira) para a doação de sangue. Mas quão importante é a conveniência em termos práticos? Os BS devem se engajar na criação de campanhas que aumentem a conveniência das doações? No segundo artigo, analisamos os dados sobre a resposta dos doadores a uma campanha que reduziu os custos não-monetários da doação em um desenho quasi-experimental utilizando modelos de estudo de eventos e diferença-das-diferenças. Analisamos os padrões demográficos e comportamentais relacionados aos efeitos de curto e longo prazo da campanha no comportamento do doador, lançando luz sobre questões de custo-efetividade e consequências não-pretendidas deste tipo de intervenção. |