Violência escolar e a militarização das escolas públicas: um estudo sobre o caso de Goiás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ranna, Caio de Carvalho
Orientador(a): Beltrão, Kaizô I.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/30434
Resumo: Objetivo: o objetivo principal deste estudo consiste em verificar, comparativamente, se há diferença em relação ao nível de violência dentro do ambiente escolar, entre as escolas públicas não-militarizadas e as militarizadas do estado de Goiás. Metodologia: a metodologia do estudo é de natureza quali-quanti. Na primeira parte, foram realizadas entrevistas com professores e diretores de algumas escolas não-militarizadas e militarizadas. Na segunda parte, foram coletados dados quantitativos dos do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), de 2017, a partir das respostas de professores e diretores em seus respectivos questionários, sobre algumas perguntas que tivessem relação com a violência escolar. Resultados: os resultados do SAEB indicam que os alunos das escolas estaduais militarizadas de Goiás cometem menos atos de violência (no sentido amplo do conceito, incluindo atos de indisciplina e “incivilidade”) do que os alunos das escolas não-militarizadas em relação aos seguintes aspectos: agressão verbal contra professores funcionários e alunos, roubos, índice de faltas, consumo de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, além terem melhor autoestima e maior assistência e acompanhamento por parte dos pais . Em compensação, os professores das escolas não-militarizadas perdem menos tempo em sala de aula procurando manter a ordem e a disciplina dos alunos. Os resultados das entrevistas da pesquisa quali se contrapõem a neste último ponto ao resultado do SAEB. Limitações: a pesquisa é limitada em relação aos dados qualitativos, pois não foi possível entrevistar uma ampla quantidade de professores e diretores, devido aos problemas oriundos da pandemia e da indisponibilidade das pessoas em querer participar da pesquisa, cujo tema é considerado delicado. Além disso, a pesquisa está restrita ao estado de Goiás, não sendo possível, portanto, fazer uma generalização dos resultados obtidos para todos os outros estados que adotam a política de militarização das escolas. Contribuições práticas: os resultados podem contribuir de forma prática para que os gestores e formuladores de políticas públicas em educação consigam dimensionar melhor a influência do processo de militarização das escolas públicas como alternativa para reduzir os problemas de violência nas escolas, antecipando os possíveis resultados que a implementação dessas escolas possa vir a trazer. Contribuições sociais: o estudo pode contribuir para uma melhor compreensão por parte da sociedade sobre o funcionamento, a estrutura e a organização do modelo militarizado de escola pública e os seus efeitos sobre a redução da violência escolar. Originalidade: o trabalho avança em um campo pouco explorado de investigação na área dos estudos sobre educação no Brasil ao tratar da relação entre as escolas públicas não militarizadas e as militarizadas no que concerne ao problema da violência escolar, buscando fazer tanto uma análise quantitativa dos dados disponibilizados pelo governo assim como uma análise qualitativa, dando voz a professores e diretores.