Refugiados no Brasil: (im) possibilidades de inserção no mercado de trabalho pela construção do viés social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vellasquez, Flávio da Silva
Orientador(a): Irigaray, Hélio Arthur
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/30676
Resumo: Objetivo: O objetivo dessa pesquisa foi de investigar em que medida os aspectos psicodemográficos dos refugiados, que vivem no Brasil, são entraves ao seu pertencimento social para entrada e permanência no mercado de trabalho. Metodologia: Esta pesquisa é de cunho qualitativo, descritivo e exploratório. Os dados foram coletados por meio de visitas a organizações de acolhimento de refugiados, no Rio de Janeiro e São Paulo, bem como entrevistas semiestruturadas com 31 refugiados de diferentes nacionalidades e status de residência no Brasil. Estas entrevistas foram gravadas com a devida autorização dos participantes e transcritas para, posteriormente, serem submetidas à Análise Crítica do Discurso. Resultados: Por meio da Análise Crítica do Discurso, as categorias emergentes foram interpretadas e classificadas diante das dimensões propostas por Fairclough (1989), entre as práticas sociais, discursivas e textuais, revelando através da linguagem aspectos ideológicos e empíricos que foram naturalizados pelos nossos entrevistados. Resultou em dados de um grupo heterogêneo de necessidades específicas que precisam ter, como pilares essenciais, a participação da sociedade e do governo para a absorção dos refugiados no processo de integração. Limitações: A dificuldade de encontrar refugiados que estivessem de acordo em participar de nossa pesquisa, pois são pessoas que, muitas vezes, se sentem marginalizadas e em processo de legitimidade de seus documentos no país. Ao contribuir e fornecer seus relatos, mesmo garantindo a não divulgação de seus dados, muitos declinaram com medo de represálias. Outro aspecto limitador foi o início da pandemia do coronavírus que dificultou o acesso a uma base maior de indivíduos dos quais tivessem mobilidade tecnológica para a realização das entrevistas via Skype ou via Zoom. Contribuições Práticas: Conforme os dados divulgados no último relatório da ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), as Américas passaram a ser, oficialmente, o maior destino para refugiados em todo o planeta, com quase um milhão de pedidos de asilo entre os doze meses de 2019. Nesse cenário, o Brasil registrou em suas fronteiras 82,5 mil novos pedidos, recorde no país, motivado pela crise política em países como Colômbia e Venezuela e pelas guerras civis africanas. Diante desses números, o presente trabalho contribui para a sociedade ter uma melhor percepção do problema através da visão holística de quem sofre (refugiados), assim como o governo e as organizações apoiadoras em repensar suas estruturas diante de um grupo heterogêneo e com múltiplas particularidades. Originalidade: Atualmente, os estudos de viabilidade social e pertencimento dos refugiados ao redor do mundo possuem um maior destaque no continente europeu, muito explorado pelo aumento da crise migratória do Mediterrâneo. Havendo então, um número consideravelmente menor de artigos e publicações que traduzam a realidade do Brasil e da América Latina como um todo. Além disso, apresentou uma visão menos homogênea desse grupo, reforçando as diferenças relevantes entre gêneros, país de origem, costumes e culturas.