| Resumo: |
Nesta pesquisa, realizamos uma leitura da presença midiática da estrela pop Anitta, apontando os atravessamentos interseccionais presentes em suas tramas audioverbovisuais, permeadas por ambivalências e tensionamentos, que articulam entretenimento e debate público. Interrogamos, a partir das visibilidades de Anitta, como esta celebridade articula marcadores da diferença na construção da sua presença pública e, com isso, negocia suas identidades e expõe desigualdades, disputas e contradições que constituem a sociedade brasileira. Nosso objetivo é analisar como as interseccionalidades observadas em Anitta constroem conexões entre entretenimento e relações de poder ao exporem desigualdades de gênero, raça e classe no contexto do audiovisual brasileiro. Também buscamos apontar materialidades que evidenciem possíveis ambiguidades na constituição dos posicionamentos da artista, identificando os paradoxos que consideramos formar essa visibilidade ambivalente. O quadro teórico que orienta este estudo está pautado nos seguintes núcleos conceituais: consumo do entretenimento; agenda pública; cultura pop; políticas de visibilidade; narrativas midiáticas; e processos de celebrização. Pautamo-nos em um protocolo de cunho multi-metodológico, fundamentado na etnografia virtual, partindo da perspectiva interseccional como ferramenta analítica para interpretar a produção audiovisual da cantora. Como resultados, destacamos que Anitta se constitui como uma potência comunicativa na cena audiovisual brasileira na atualidade. Concluímos, ainda, que as visibilidades da artista mobilizam importantes debates que entrecruzam gênero, raça e classe, fornecendo subsídios para pensar acerca de valores interpretativos sobre o Brasil. |
|---|
