A estrutura e o financiamento do Estado Islâmico como fatores essenciais para a eficácia de ataques terroristas: uma análise da atuação do Estado Islâmico na França (2015-2016)
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Escola Superior de Guerra
Programa de Pós-Graduação em Segurança Internacional e Defesa (PPGSID) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.esg.br/handle/123456789/1881 |
Resumo: | Apesar dos múltiplos esforços internacionais e de medidas francesas para combater o terrorismo jihadista, o Estado Islâmico (EI) foi capaz de driblar as autoridades por diversas vezes para concretizar, de maneira eficaz, seus atentados terroristas. Propõe-se assim, observar como a comunicação efetiva na estrutura organizacional do grupo e a capacidade do mesmo de captar e movimentar recursos financeiros até o destino de sua utilização tornam o Estado Islâmico capaz de superar medidas de vigilância e inteligência e concluir seus atentados terroristas de maneira eficaz. Para isso foi necessário analisar as origens do EI e verificar o desenvolvimento da organização até o momento em que se tornou uma das maiores ameaças internacionais, avaliando a estrutura organizacional do grupo ao longo da história, além das suas fontes de financiamento e como esses recursos financeiros são movimentados. Dessa forma, a pesquisa se sustentou em fontes secundárias, preferencialmente naquelas capazes de oferecer análises diretamente de fontes primárias. A partir disso, foi necessário entender quais desafios essas características estruturais e na comunicação do grupo, assim como suas fontes de dinheiro e métodos utilizados para movimenta-los, oferecem às autoridades no que tange suas tarefas voltadas à inibição de incidentes terroristas. Ademais, objetivouse também analisar como esses fatores oportunizaram a eficácia do atentado perpetrado pelo grupo na cidade francesa de Nice, em julho de 2016. Logo, por meio do estudo de caso coletou-se dados pertinentes para analisar se a estrutura e a comunicação do grupo, junto do seu financiamento, oportunizaram esse ataque no contexto francês. Além disso, adotou-se também o método de análise de conteúdo para que, diante das informações coletadas, fosse possível inferir sobre uma outra realidade, a do caso estudado, além de se valer também da análise de redes para compreender a estrutura organizacional do EI. Assim, constatou-se que a adoção de uma estrutura mais descentralizada pelo grupo e com maior autonomia operacional de seus membros, impôs maiores desafios às autoridades no monitoramento da organização. Enquanto isso, avanços tecnológicos e de comunicação permitiram ao grupo a formação e proteção mais eficientes dos links da estrutura utilizando a internet, celulares com internet móvel e a criptografia, tanto em mensagens como para acesso a redes e sites de maneira mais segura, além da utilização de demais meios, como contato através de jogos online para evitar a detecção pelas autoridades. Consequentemente, o financiamento local dos atentados impulsionados pela maior autonomia operacional dos membros, junto da realização de ataques de “baixo custo”, reduziu a necessidade por transferências internacionais, além dos métodos utilizados para reduzir os riscos de detecção ao faze-las, elevaram novamente os desafios nos trabalhos das autoridades na identificação de ameaças terroristas e inibição dos incidentes. Concluiu-se que, a comunicação efetiva e a estrutura organizacional do grupo, assim como a capacidade do mesmo de captar e movimentar recursos financeiros até o destino de sua utilização foram essenciais para a eficácia do ataque do EI na Promenade des Anglais, em Nice, em 14 de julho de 2016. |