Desenvolvimento e avaliação agronômica de um fertilizante formulado com a biomassa de gliricídia.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: REZENDE, A. L. de S.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1168720
Resumo: A necessidade de produzir alimentos de forma sustentável tem se intensificado nos últimos anos e a agricultura orgânica é norteada por estes princípios, porém, necessita de avanços no desenvolvimento de produtos, em especial fertilizantes, para uma potencial expansão. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência do fertilizante N-verde peletizado, formulado com biomassa de folhas da Gliricidia sepium e avaliar o efeito da inoculação de leveduras na biomassa de ramos e folhas da gliricídia, na disponibilização do nitrogênio (N). Inicialmente a gliricídia foi cultivada por um período de 18 meses em condições de vasos e realizadas marcações com solução de ureia contendo 3,0 % de átomos de 15N, após cada colheita o material foi seco, finamente moído e homogeneizado ao final. No capítulo I foi avaliada a dinâmica do N do fertilizante N-verde marcado, em cultivo orgânico da cebolinha (Allium fistulosum), foi adotado delineamento experimental de blocos casualizados (DBC), em um arranjo fatorial 2x6, sendo duas fontes de fertilizantes (N-verde e farelo de mamona) e 6 doses de N total (0, 50, 100, 200, 300 e 400 kg ha-1). Foram realizadas três colheitas aos 55, 89 e 123 dias após o transplantio (DAT) e mensurados o comprimento, o diâmetro, o número de folhas, a produção de massa fresca e seca e a concentração de N. Na última colheita determinou-se a massa seca e a concentração de N nas raízes e no solo, calculando-se a eficiência de recuperação de N. Verificou-se maior produtividade da cebolinha (986 g m2) com a dose de 228 kg de N total ha-1 com uso do N-verde e para o farelo de mamona a produtividade foi de 867 g m2 com 280 kg de N total ha-1. A eficiência de recuperação do N derivado do N-verde pelas plantas de cebolinha foi de 6,68%, o que demonstra a necessidade de aumentá-la. Desse modo, no capítulo II foram realizados ensaios para avaliar o efeito da inoculação na disponibilização do N. No primeiro ensaio foi adotado DBC em arranjo fatorial (2x7), sendo as fontes esterilização da biomassa de folhas e ramos de gliricídia (ausência e presença) e a inoculação (leveduras XMD, LA22, LF22 isoladamente e em mistura, produto comercial Embiotic®, e os controles contendo somente água destilada ou meio inoculante). Após 21 dias de incubação, foram avaliados pH, condutividade elétrica, macronutrientes totais e solúveis, relação C:N, emissão potencial de CO2 e NH3 e a sobrevivência dos microrganismos inoculados. A disponibilização de N foi analisada por meio de um bioensaio em casa de vegetação, sendo adicionados três tratamentos controles (ausência de adubação, farelo de mamona e a biomassa de gliricídia não incubada e nem inoculada). Todos os tratamentos, com exceção daqueles contendo a linhagem XMD sob condições estéreis, foram tão eficientes quanto o farelo de mamona na produção de massa seca da aveia preta e na porcentagem de N recuperado. Foi realizado também um experimento quantitativo em casa de vegetação, sob um Planossolo, utilizando a biomassa de folhas e ramos de gliricídia marcada, o delineamento adotado foi DBC em arranjo fatorial (6x5), sendo as fontes: inoculação com LF22 e XMD isoladamente e em mistura, somente meio inoculante, ausência de inoculação e incubação, farelo de mamona, e as cinco doses de N total (0, 100, 200, 300 e 400 kg ha-1). Não houve diferença entre os fertilizantes com biomassa de gliricídia na produção de massa seca, assim como não houve diferença na recuperação de 15N, porém, o farelo de mamona se mostrou mais eficiente a uma menor dose. Conclui-se que nas condições estudadas o fertilizante N-verde peletizado é tão eficiente quanto o farelo de mamona na produção da cebolinha e que a biomassa de folhas e ramos de gliricídia possui excelente potencial como fertilizante, porém, a inoculação com as leveduras, seguida de incubação, não aumentou sua eficiência