Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Clarice Cardoso |
Orientador(a): |
Souza, Kátia Reis de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47342
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Resumo: |
Esta pesquisa analisa a greve de professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ocorrida em 2016 no Estado do Rio de Janeiro e suas repercussões na saúde e trabalho docente. A greve teve como pivô a forma como a crise fiscal do estado atingiu a universidade, momento em que as medidas adotadas pelo governo culminaram em atrasos no pagamento de salários dos servidores e de bolsas de estudos; demissão em massa de funcionários terceirizados (limpeza, manutenção e segurança); e risco de fechamento da instituição. No caso emblemático da UERJ, alguns servidores tiveram a própria subsistência ameaçada devido aos atrasos nos salários e a outras situações que os levaram a decidir pela greve como meio de lutar por seus direitos. Para tanto, com base na teoria da determinação social do processo saúde-doença e do campo da saúde do trabalhador, esta análise assumiu como ponto de partida que as entidades representativas possuem um papel importante na compreensão das condições de vida e trabalho, possibilitando a coesão e a motivação para a luta dos trabalhadores, facilitando laços de solidariedade e, por conseguinte, acionando estratégias coletivas de defesa. Sendo assim, como método de apreensão da realidade, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com cinco docentes componentes do “comando de greve”, seguindo-se a técnica snow ball. Os dados foram interpretados por meio da técnica de análise temática, que consiste em identificar os núcleos de sentido que compõem um texto. Desta forma, extraíram-se cinco temas: “A dramática história recente da UERJ e a organização da resistência docente”; “A pedagogia da greve”; “Os sentidos de saúde que atravessaram a greve”; “O comando de greve”; e “Significações da greve: UERJ Resiste e existe”. Os resultados apontam que, durante quase dois anos, a universidade permaneceu num estado de greve, lutando pela manutenção de direitos e, na opinião dos entrevistados, a greve ainda é considerada um instrumento válido de organização e luta, embora seja um processo desgastante, com diversas implicações na saúde. Apesar de todo o desgaste, o movimento “UERJ Resiste” se estabeleceu como um instrumento de força e ânimo ao unir estratégias políticas de classe a uma identidade institucional. |