Validação de métodos de elastografia ultrassônicos para predição de varizes de esôfago de alto risco em pacientes com doença hepática crônica avançada compensada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Castro Filho, Élio Cunha
Orientador(a): Barbosa, Hugo Perazzo Pedroso, Pereira, Gustavo Henrique Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://arca.fiocruz.br/handle/icict/68079
Resumo: Introdução: A elastografia hepática transitória (EHT) < 20 kPa e contagem de plaquetas > 150 x 109 /mm3 , conforme Baveno VI, são métodos não-invasivos para excluir varizes esofagogástricas (VEG) de alto risco. Novas tecnologias de elastografia ultrassônica por "shear wave" (SWE) surgiram, mas sua eficácia na identificação de VEG de alto risco ainda precisa de validação. Objetivos: (i) Avaliar a acurácia da elastografia hepática SWE, isolada ou combinada com contagem de plaquetas, na detecção de varizes de alto risco em doença hepática crônica avançada compensada (DHCAc); (ii) determinar o melhor ponto de corte para 2D-SWE e p-SWE; (iii) validar recomendações de Baveno VI para rastreio de varizes de alto risco. Métodos: A tese inclui dois estudos. O primeiro, retrospectivo, utilizou dados de coortes hospitalares terciários. Critérios de inclusão: idade > 18 anos, DHCAc (EHT ≥ 10kPa). Exclusões: EHT ausente/ininterpretável, intervalo > 24 meses entre endoscopia digestiva alta (EDA) e elastografia-SWE, cirrose descompensada ou transplante hepático. Varizes de alto risco foram definidas como: varizes de esôfago de grosso calibre/com sinais vermelhos, varizes gástricas, ou varizes tratadas endoscopicamente. O melhor ponto de corte da SWE foi determinado pela curva ROC. Acurácia de cada método e associação com contagem de plaquetas foram avaliadas. O segundo estudo, uma revisão sistemática (PROSPERO CRD42023392713), buscou artigos sobre acurácia da elastografia SWE hepática/esplênica no diagnóstico de VEG de alto risco. A busca ocorreu em PubMed, Embase, Scopus e Web of Science em 23/02/2023. Foram incluídos estudos que avaliaram a acurácia da elastografia hepática/esplênica por p-SWE e/ou 2D-SWE na detecção de VEG de alto risco por EDA. Resultados: No Estudo I, 80 participantes [36% masculinos, idade mediana=63 anos] foram incluídos Pontos de corte ideais para VEG de alto risco foram 10kPa (2D-SWE) e 12kPa (pSWE). Critério de Baveno com 2D-SWE (< 10 kPa e plaquetas > 150 x 109 / mm3 ) evitaria 19% das EDAs, com mínima perda de VEG. Com p-SWE (< 12 kPa), 20% das EDAs seriam evitadas, sem perda de VEG. Com critérios expandidos de Baveno (plaquetas > 110 x 109 / mm3 ), a elastografia p-SWE evitaria 33% das EDAs (8% perda de VEG), enquanto 2D-SWE evitaria 36% (5% perda de VEG). No Estudo II, de 1255 artigos identificados, 27 foram selecionados para revisão, incluindo 6308 pacientes. Observou-se alta variabilidade nos pontos de corte e no desempenho da elastografia hepática/esplênica. Alguns estudos confirmaram a alta acurácia dos critérios de Baveno VI com SWE para reduzir EDAs desnecessárias. Conclusão: As técnicas SWE-ARFI do fígado e baço são precisas na detecção de VEG de alto risco, especialmente quando combinadas com contagem de plaquetas. Estudos futuros devem validar os pontos de corte ideais conforme o equipamento e a etiologia específica da doença hepática