Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Calonga, Sandra Maria Santos |
Orientador(a): |
Teixeira, Liliane Reis |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24391
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Resumo: |
Riscos ocupacionais relacionados aos acidentes de trabalho com material perfurocortante estão amplamente distribuídos na estrutura das unidades de saúde e as consequências de uma exposição ocupacional podem afetar a saúde do profissional em diversos aspectos incluindo o controle emocional, social e até financeiro. Esta pesquisa, de natureza epidemiológica e abordagem quantitativa, foi realizada nos Estabelecimentos de Saúde que atendem ao SUS (Sistema Único de Saúde) do município de Aquidauana – MS. Objetivo: analisar os fatores associados aos acidentes de trabalho com exposição a material biológico entre as equipes assistenciais multiprofissionais desses estabelecimentos. Material e Métodos: é uma pesquisa descritiva, transversal com delineamento de inquérito populacional. Os dados foram coletados no período de janeiro à maio de 2012, por meio de um questionário semiestruturado, com questões relacionadas a aspectos sociodemográficos, hábitos de vida, história ocupacional, padrões de sono, descrição do acidente e esquema vacinal dos profissionais contra hepatite B e a realização do exame anti-HBs. Os dados obtidos foram submetidos inicialmente à estatística descritiva (distribuição de frequências, média e desvios-padrão). As variáveis apresentaram distribuição normal e foram testadas através do(a):teste de associação do X² com correção de Yates e da regressão logística múltipla estratificada. A variável dependente acidente de trabalho no último ano foi categorizada em 0-não e 1-sim. Algumas variáveis foram categorizadas em tercis: dias trabalhados, horas/dia, esforço físico, documento de notificação, quantidade de vezes por semana em que ingere medicamento psicotrópico e realização do exame anti-HBs. Finalizando, foi realizada a análise conjunta das variáveis independentes através da regressão logística múltipla estratificada. Foi utilizado o método stepwiseforward-selection. Os estratos foram analisados na seguinte ordem: sóciodemográficas, estilos de vida, características do trabalho e relacionadas ao ciclo vigília-sono. As variáveis sexo, tempo de atuação e local de trabalho foram consideradas variáveis de controle. Em todas as análises foi considerado o nível de significância a=5%. Resultados: dos 340 trabalhadores, 46,2% relataram ter se acidentado no último ano. Ao realizar a análise conjunta dos fatores associados, verificou-se que foi fator independente associado aos acidentes de trabalho no último mês: ser do sexo feminino (OR=1,31), estar casado (OR=1,20) ou divorciado (OR=1,76), ter o ensino fundamental (OR=1,54), médio (OR=2,86) ou superior (OR=1,71), tempo de atuação de 1-3 anos (OR=1,71), de 3-10 anos (OR=2,86) e superior a 10 anos (OR=1,54), trabalhar na especialidade (OR=1,80) ou alto nível tecnológico (OR=3,74), turno alternado (OR=2,04), turno com dupla jornada (12h diurno – 7 dias/semana) (OR=7,14) e turno fixo noturno (OR=3,17), relato de esforço físico às vezes (OR=1,77), pior qualidade do sono (OR=1,95) e tomar medicamento para dormir 1-2 vezes (OR=4,36) e 3 vezes ou mais por semana (OR=3,45). Recomendações: a maior fonte de informação sobre Acidente de Trabalho ocorreu durante a formação profissional, portanto há necessidade institucional de uma educação permanente em serviço sobre esse tema que seja rotineira, dirigida às necessidades específicas da equipe. A subnotificação ainda é um fator presente, dos 157 trabalhadores acidentados, 30,5% referiram não ter notificado e 12,1% ter notificado no “livro preto”, o qual não tem validade como documento oficial de notificação. Os motivos descritos foram desde descuido até medo de demissão. Quanto à imunização contra hepatite B através da vacina, dos trabalhadores 64,1% estavam com esquema completo (3 doses contra hepatite B) e 3,8% com quatro doses ou mais, o que evidencia a existência de grande parte dos trabalhadores que continuam expostos ao risco de contaminação ocupacional. Esse dado representa a fragilidade do Programa de Saúde Ocupacional nos estabelecimentos onde existem. A sobrecarga de trabalho, dobras de plantão, achatamento salarial e trabalhos em turnos e noturno foram prejudiciais à saúde dos trabalhadores. O cochilo no plantão noturno é uma recomendação para aumentar o alerta durante o turno. Além disso cada trabalhador precisa ser avaliado individualmente quanto à sua tolerância à trabalho. Conclusão: diante dos fatores associados ao acidente de trabalho, intervir é necessário, porém, nenhum resultado será alcançado se não houver envolvimento da gestão em conjunto com os trabalhadores. Essa intervenção precisa vir através de um Plano, construído em conjunto através das rodas de conversa. |