Avaliação biológica de chalconas e escandenina sobre promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Brandão, Tereza Cristina Soares Campelo
Orientador(a): Santos, Marcos André Vannier dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34858
Resumo: As drogas de escolha para o tratamento atual das leishmanioses, os antimoniais, tem-se demonstrado ineficazes, pela difícil administração, muitos efeitos colaterais e relatos de resistência. Por estas razões muitos laboratórios de pesquisa têm testado extratos de plantas e substâncias isoladas com a finalidade de encontrar novos agentes leishmanicidas, com menores efeitos colaterais e baixo custo. Este trabalho teve como objetivo avaliar a ação biológica de produtos naturais sobre formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis. Inicialmente, foi realizado um "screening" para cálculo do IC50 com 5 fármacos (chalconas, flavona, flavanona e escandenina). Os fármacos chalcona I (2', 6'-diidroxi-3'5'-dimetil-4'-metoxichalcona), chalcona II (2', 6'-diidroxi-3' -metil-4' -metoxichalcona) e escandenina mostraram-se mais eficientes na inibição da proliferação celular na concentração de 50 μM. Estes mesmos compostos apresentaram valores de IC50 de 8,6 μM (chalcona I), 22 μM (chalcona II) e 5,5 μM (escandenina). Nos experimentos de dose-resposta a chalcona I foi mais eficaz em relação à chalcona II na concentração de 25 μM apresentando inibições de 89% e 55,6%, respectivamente. A escandenina promoveu a inibição da proliferação do protozoário superior a 60% na concentração de 7,5 μM. A escandenina e as chalconas I e II não apresentaram efeito citotóxico, exceto em concentrações superiores a 300 μM (chalcona I), 39 μM (chalcona II) e 150 μM (escandenina). Apesar disso, o valor de IC50 encontrado para promastigotas de Leishmania está bem abaixo dos níveis que causam citotoxicidade nas células de mamíferos. A microscopia eletrônica de transmissão mostrou modificações ultraestruturais com comprometimento da mitocôndria, alteração do retículo endoplasmático e erros na divisão celular. A microscopia eletrônica de varredura mostrou alterações na morfologia dos parasitos com marcada corrugação de superfície, perda de conteúdo citoplasmático e desorganização da arquitetura celular. Os resultados mostraram que estes fármacos podem prover novas perspectivas no tratamento das leishmanioses.