Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Kemily Nunes da |
Orientador(a): |
Aquino, Priscila Ferreira de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51273
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Resumo: |
O desenvolvimento de estratégias alternativas de controle de vetores está se tornando essencial, devido à rápida evolução da resistência a inseticidas e à ascensão de agentes patógenos que afetam a saúde pública, causando doenças como dengue, chikungunya e Zika. Deste modo, os biopesticidas à base de fungos são alternativas promissoras aos inseticidas sintéticos, pois são ecologicamente corretos e eficazes na infecção de insetos por meio do contato. Embora a suscetibilidade de larvas e mosquitos adultos aos gêneros Beauveria e Metarhizium seja bem conhecida, há pouca informação disponível sobre a atividade de outros gêneros contra o mosquito Aedes aegypti, principalmente quanto à ação ovicida. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade entomopatogênica de diferentes espécies do gênero Paecilomyces contra ovos do vetor Aedes aegypti. Para isso, sete espécies fúngicas foram reativadas da coleção de fungos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD). Posteriormente, os ovos de Ae. aegypti foram expostos a cada espécie fúngica formulada em cinco concentrações; sendo que estes foram aplicados de duas formas distintas. Logo após, a eclosão quantitativa foi realizada e as larvas nascidas, avaliadas quanto ao seu desenvolvimento até a morte ou fase adulta. Em paralelo, os fungos foram submetidos a ensaios qualitativos das enzimas protease e quitinase. Adicionalmente, o comportamento das espécies fúngicas sobre os ovos foi observado por microscopia eletrônica de varredura. Além disso, os perfis de proteínas de cada espécie frente aos ovos foram quantificados e verificados através do gel de poliacrilamida. Como resultado, observou-se que todas as cepas de Paecilomyces exibiram micélio sobre os ovos. Curiosamente, sobre os ovos, algumas espécies apresentaram características como formação de mucilagem e decomposição que merecem maiores investigações. Nos bioensaios, mais de 90% dos ovos expostos ao P. lilacinus eclodiram, principalmente nas concentrações mais altas. Já as larvas oriundas dos ovos expostos ao P. viridis, P. farinosus e P. niveus mostraram desenvolvimento tardio e locomoção lenta. Na análise descritiva, notou-se que as taxas de eclosão foram consideravelmente menores em relação ao controle para todas as espécies. E ainda, as formas de aplicação do inóculo sobre os ovos não demonstraram diferença significativa entre si; todavia, a concentração 1x105 conidios/mL apresentou maior impacto em relação as demais concentrações, com taxas de eclosão inferior a 50%. Na análise por MEV, verificou-se que todos os fungos em 48 horas já possuíam atuação significativa sobre os ovos, com conídios aderidos. Além disso, nas eletronmicrografias observou-se a formação de tubos germinativos e de apressórios pelo fungo P. farinosus. E ainda, identificou-se indícios de penetração de hifas das espécies P. farinosus, P. lilacinus, P. byssochlamydoides e P. zollerniae nos ovos. No ensaio enzimático, apenas P. farinosus e P. lilacinus produziram protease, porém somente P. lilacinus sintetizou quitinases. Em adição, no gel de poliacrilamida verificouse que todas as espécies se desenvolveram melhor quando cultivadas juntamente com os fragmentos de ovos; onde observou-se bandas proteicas para todas as espécies fúngicas, variando entre 20 kDa e 250 kDa. Portanto, a capacidade dessas cepas de se desenvolver sobre os ovos do vetor Aedes aegypti indicam um potencial entomopatogênico dessas espécies Paecilomyces. |