Caracterização morfológica da matriz extracelular e sua relação com expressão e/ou degradação de versican nos carcinomas mamários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Figueredo, Samantha Hellen Santos
Orientador(a): Damasceno, Karine Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50402
Resumo: INTRODUÇÃO: A expressão do proteoglicano versican tem se destacado no microambiente tumoral devido a sua relação com perda de adesão e invasividade celular, desenvolvimento de metástases, bem como a inflamação no contexto do câncer de mama. Versican pode sofrer degradação pela ação de enzimas proteolíticas, dando origem a versikina que, de acordo com estudos recentes, possui papel imunomodulatório no câncer. Contudo, pouco é sabido sobre o seu papel nos diferentes estágios da progressão, grupos histológicos e moleculares dos carcinomas mamários. OBJETIVO: Avaliar as modificações na matriz extracelular dos tipos histológicos e moléculas e sua relação com versican e versikina nos carcinomas mamários. MATERAIS E MÉTODOS: Foi realizada uma análise retrospectiva de casos de mulheres diagnosticadas no período de 2001 a 2017 com carcinoma invasivo sem outra especificação (CI-SOE) ou carcinoma ductal in situ (CDIS) no Hospital das Clínicas (HUPES/UFBA). Trinta e sete casos foram elegíveis ao estudo, sendo 32 casos invasores e 5 CDIS. Os tumores foram reclassificados seguindo classificação de tumores de mama da Organização Mundial da Saúde (2019) e foram definidos 4 grupos: G1- CDIS; G2- carcinomas invasores sem tipo especial (CI-SOE); G3- CI-SOE com áreas in situ; G4- outros carcinomas invasores. Também foram selecionados 5 fragmentos de mama normal para caracterização das colorações e marcadores imuno-histoquímicos. Foram analisados dados clínico- patológicos e imuno-histoquímica para a determinação dos subtipos moleculares, presença de versican e versikina, bem como de P63 para confirmação das áreas carcinomatosas in situ. Colorações Picrosirius Red e Tricrômico de Masson foram realizadas para a avaliação morfológica da MEC. RESULTADOS: Na análise geral dos casos, versican e versikina foram mais frequentes no estroma adjacente as áreas de invasão celular no tumor em relação ao estroma da mama normal. Nos grupos, houve maior intensidade de versican e versikina no estroma tumoral em relação a mama normal e maior intensidade no G1 em relação às áreas in situ do G3. Um extenso infiltrado inflamatório nessas áreas dos CDIS que continham maior presença de versikina foi observado. Além disso, a presença de versican e versikina foi maior no estroma das áreas de invasão do G3 em relação ao G2. Ademais, a intensidade de colágeno tipo I foi discretamente maior nas áreas de invasão, enquanto o colágeno tipo III foi maior nas áreas in situ. Correlação negativa forte foi observada entre a presença de colágeno tipo I e versican nas áreas in situ e entre colágeno tipo I e versikina nas áreas in situ e nas áreas invasoras. Nos grupos histológicos, foi observada maior intensidade de colágeno tipo I e tipo III no grupo G3. Não foram observadas diferenças significativas entre os subtipos moleculares e versican e versikina. CONCLUSÃO: A maior expressão de versican nas áreas de invasão reforça o seu papel na invasão celular. A presença de versican e versikina nos CDIS sugerem que eles podem estar relacionados a processos iniciais de progressão dos tumores. Além disso, os dados de correlação negativa entre versican e versikina com colágeno tipo I sugerem processo de proteólise e remodelamento da MEC em estroma peritumoral.