Avaliação da incidência e do risco de transmissão residual do vírus da hepatite A e do parvovírus B19 por transfusão sanguínea no estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Mariana Magaldi de Souza
Orientador(a): Amado Leon, Luciane Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50705
Resumo: O vírus da hepatite A (HAV) é um vírus hepatotrópico que causa infecções agudas que podem levar à hepatite fulminante, cuja principal forma de tratamento é o transplante hepático. O parvovírus B19 (B19V) infecta células precursoras eritróides e pode causar, em indivíduos imunocomprometidos, aplasia de células vermelhas e hepatite aguda fulminante. Ambos os vírus são altamente resistentes aos processos de inativação viral utilizados na produção de hemoderivados e o risco de transmissão transfusional destes agentes no Brasil tem sido negligenciado. O objetivo deste estudo foi determinar a incidência e a prevalência das infecções por HAV e B19V em doadores de sangue do Rio de Janeiro e assim avaliar o risco de transmissão transfusional de ambos. Entre 2018 e 2019, foi analisado um total de 1.204 amostras de plasma de doadores de sangue do Rio de Janeiro e 42 amostras de plasma oriundas de doadores residentes no Vidigal e Rocinha, bairros onde foram relatados surtos de hepatite A, em 2017-2018. A detecção de HAV e B19V foi realizada por PCR e PCR em tempo real e os genótipos foram determinados por meio do sequenciamento e análise filogenética. O risco de transmissão transfusional foi calculado por meio da proporção entre o número de bolsas de sangue potencialmente transmissivas e o número total de bolsas liberadas para doação no Rio de Janeiro, em 2018-2019 As prevalências de HAV-RNA e B19V-DNA entre doadores do Rio de Janeiro foram, de 0,17% (n=2) e 0,33% (n=4), respectivamente, o que reflete em taxas de incidência de 1,66 e 3,32 a cada 1000 doadores, para HAV e B19V, respectivamente. As incidências de HAV (9,5%) e B19V (2,4%) foram significativamente maiores entre doadores do Vidigal/Rocinha quando comparadas a doadores do Rio de Janeiro em geral. Para o HAV, as 4 amostras do Vidigal/Rocinha foram classificadas como subgenótipos IA (n=2) e IB (n=2), e as 2 obtidas do Rio de Janeiro em geral foram classificadas como IB. Para B19V, as amostras sequenciadas (n=3) foram pertencentes ao subgenótipo 1a. Entre 2018-2019, o número estimado de bolsas infecciosas no estado foi de 605 para HAV, e de 880 para B19V. Os resultados indicam que HAV e B19V estão presentes em doadores de sangue do RJ e que a implantação de métodos de triagem para ambos pode ser considerada para melhoria da segurança de sangue e hemoderivados destinados à doação.