Atenção ao parto e nascimento em hospitais de ensino: o que dizem as mulheres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Vilela, Maria Esther de Albuquerque
Orientador(a): Dias, Marcos Augusto Bastos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27406
Resumo: As políticas públicas nacionais enfatizam a necessidade de mudança do modelo biomédico de atenção ao parto e nascimento no Brasil para um modelo baseado em evidencias científicas, nos direitos das mulheres e na humanização. Os hospitais de ensino ocupam lugar privilegiado nessa mudança, por ser espaço onde se consolida o ensino prático e há difusão de cultura e formação dos novos profissionais. O objetivo deste trabalho foi analisar as práticas de assistência ao parto e nascimento nos hospitais com atividades de ensino. Trata-se de um estudo descritivo cuja fonte de informação foi o banco de dados da Ouvidoria Ativa da Rede Cegonha. Foram entrevistadas por telefone 45.398 mulheres com partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 111 hospitais de ensino do país, em 2015. O instrumento aplicado na entrevista continha questões relacionadas às práticas de cuidado às mulheres e aos bebês no parto e nascimento nesses hospitais. Para análise dos dados foi utilizado o SPSS versão 20.0. Foi estimada a prevalência de intervenções desnecessárias, de boas práticas de atenção e de situações de violência, relatadas pelas mulheres, em relação ao total dos partos realizados nesses hospitais por região geográfica. Foi realizada a comparação entre as práticas dos hospitais de ensino universitários e não universitários. Os resultados demonstraram que as práticas recomendadas de atenção ao parto e nascimento ainda não estão plenamente consolidadas nos hospitais de ensino estudados, existindo diferenças regionais significativas, como, por exemplo, a utilização de ocitocina no trabalho de parto, mais prevalente nas regiões Nordeste e Sul. Foram apontadas pelas mulheres práticas como jejum, episiotomia, posição de litotomia no parto, que não deveriam mais ser utilizadas como rotina, mas ainda permanecem nessas unidades hospitalares. O estudo também encontrou maior frequência de intervenções no parto nos hospitais de ensino universitários quando comparados aos não universitários. Esses resultados são relevantes para a elaboração de estratégias integradas dos Ministérios da Educação e da Saúde para adoção de um modelo de assistência baseado em evidências científicas e humanização que considere a mulher como protagonista do parto e nascimento.