Avaliação do ganho ponderal e construção de curvas para o ganho de peso na gestação, segundo Índice de Massa Corporal pré-gestacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araújo, Roberta Gabriela Pimenta da Silva
Orientador(a): Gama, Silvana Granado Nogueira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49459
Resumo: Introdução: O acompanhamento do ganho de peso durante a gestação é um dos principais desafios na saúde pública, visto que o ganho excessivo e o insuficiente podem associados a resultados desfavoráveis para a mulher e para a criança. O Ministério da Saúde adotou as recomendações do Institute of Medicine (IOM), que teve como público alvo, mulheres de países desenvolvidos, com características diferentes das apresentadas, por exemplo, pela população brasileira. Objetivos: Avaliar o ganho de peso gestacional de mulheres brasileiras adultas, do estudo Nascer no Brasil e seus efeitos no peso ao nascer e descrever o padrão de ganho de peso ao longo do período gestacional. Metodologia: Para os dois artigos utilizou-se os dados da "Pesquisa Nascer no Brasil", um inquérito nacional de base populacional e hospitalar sobre partos e nascimentos, composto por puérperas e seus recém-nascidos, no período de fevereiro de 2011 a outubro de 2012. No primeiro artigo para comparabilidade das propostas em identificar peso ao nascer (PIG e GIG), foram aplicados modelos de regressão multivariada, obteve-se uma amostra de 11.000 com IMC de eutrofia e com parto \2265 28 semanas gestacionais, as variáveis desfechos foram PIG e GIG e a variável independente principal GPG. No segundo artigo, para construção dos gráficos de GPG, foram 5.193 mulheres adultas consideradas com desfechos favoráveis com gestação de feto único, nascido vivo, sem com má-formação, sem doenças crônicas (diabetes mellitus, HIV, hipertensão, desordens hipertensivas, doença renal, lúpus ou esclerodermia), não fumantes, com partos entre 37 semanas e 40 semanas gestacionais, com crianças de peso adequado para idade gestacional, segundo percentis do Intergrowth 21st (2014), foi utilizado o método GAMLSS (Modelos Aditivos Generalizados de Posição, Escala e Forma) do software R, com distribuição Box-Cox t (BCT) que gerou modelos com bons ajustes e estimativas dos percentis 10, 30, 50, 70 e 90 para cada faixa de IMC pré-gestacional. Resultados: No artigo 1: A prevalência de mulheres com GPG >P70 para o IOM e Brandão foi de 33,1%, já o Intergrowth 21st classificou 37,9% com peso maior que P70. O GPG abaixo de P30 apresentou mais chance para PIG, nas três propostas analisadas com ORs \2013 Brandão 1,52 (IC 95%: 1,06 \2013 2,19), IOM 1,52 (IC 95%: 1,05 \2013 2,20) e Intergrowth 21st 1,56 (IC 95%: 1,06 \2013 2,30). O maior GPG (>P70) representou aumento das chances para GIG, com ORs - 1,53 (IC 95%: 1,28 \2013 1,82), 1,57 (95%: 1,31 -1,87) e 1,65 (IC 95%: 1,40 \2013 1,96) para Brandão, IOM e Intergrowth 21st, respectivamente. No segundo artigo a distribuição BCT utilizou a função de suavização \2013 pb (spline beta penalizados) para IMC baixo peso e função bs (base spline cúbica) para as demais faixas de IMC. As curvas estimadas, em todas as faixas, apresentavam uma taxa de ganho de peso menor no primeiro trimestre e maior no segundo e terceiro trimestres e nestes dois últimos, a trajetória tendia a linearidade. Conclusão: com a crescente epidemia de obesidade, que eleva a chance de ganho de peso excessivo durante a gestação, ter recomendações que se adequem às necessidades durante a gestação é primordial para a saúde da mulher e da criança. Não houve diferenças expressivas ao comparar os métodos propostos para GPG na identificação de PIG e GIG, mas pela representação da população brasileira às propostas de Brandão e do Intergrowth podem ser utilizadas nos estudos sobre ganho de peso tendo em vista os desfechos deste estudo, embora mais estudos sejam necessários validações destes e utilizam no contexto clínico. A criação de curvas para o acompanhamento ao longo da gestação é uma ferramenta importante, na identificação de mulheres em risco e que podem receber intervenção minimizando os impactos em saúde. Espera-se que este trabalho contribua no campo do cuidado nutricional ampliando as informações quanto ao perfil de saúde e nutrição da mulher e do recém-nascido.