Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Fernando Monteiro Correia |
Orientador(a): |
Oliveira, Raquel de V. C. de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24080
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Resumo: |
O Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia maligna de plasmócitos, caracterizada por hipercalcemia, insuficiência renal, anemia e doença óssea. A incidência da doença vem aumentando nos últimos anos nos EUA e no Brasil. O atraso no diagnóstico do MM é uma característica comum no Brasil e em outros países, o que leva a complicações antes do tratamento, maior risco de falha do tratamento, de progressão da doença e de óbito. Este estudo teve por objetivo identificar os fatores de risco à sobrevida relacionados à resposta à indução, resposta ao transplante autólogo de medula óssea, progressão da doença pós-indução e óbito. Cem pacientes atendidos em duas unidades de saúde, na cidade do Rio de Janeiro, entre 2010 e 2015 foram avaliados quanto as suas características sociodemográficas, quadro clínico e exames laboratoriais. A resposta à indução, os dados do transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas (TACTH), da progressão e do óbito foram registrados utilizando os modelos de Cox simples e múltiplo, ajustado por idade, tipo de protocolo e origem do paciente. Variáveis quantitativas foram categorizadas a partir de gráficos dos efeitos nos psplines, a fim explorar diferentes pontos de corte para os exames laboratoriais. P-valores ≤ 0,05 indicaram testes estatisticamente significativos. Cinquenta e um de 80 pacientes avaliados para o tratamento de indução apresentaram resposta não adequada. Os principais fatores associados à falha na indução foram níveis baixos de hemoglobina (Hb), percentuais elevados de plasmócitos na medula óssea e estádios avançados dos estadiamentos de Durie & Salmon (D&S) e International Staging System (ISS). A melhora da intensidade da resposta pós-TACTH ocorreu em 17 de 35 pacientes submetidos ao procedimento. Os pacientes com atraso no diagnóstico além de cinco meses, IMC baixo ou normal e falha à indução foram os que mais se beneficiaram do TACTH. Cinquenta pacientes apresentaram progressão da doença associada a níveis baixos de Hb, aos estádios avançados de D&S e do ISS, além de níveis altos de beta-2-microglobulina e baixos de albumina isoladamente. Níveis elevados de creatinina, estágios II e III do ISS, plasmocitose medular e a não realização de TACTH foram as variáveis associadas ao óbito em 24 pacientes. Alguns achados não alcançaram significância estatística devido ao tamanho amostral. Os pacientes com duas ou mais complicações pré-tratamento e os que foram diagnosticados após cinco meses do início dos sintomas apresentaram tempo menor até a falha do tratamento e maior risco de óbito. Este estudo sugere que o atraso no diagnóstico pode estar associado ao aparecimento de fatores de risco ao diagnóstico, que podem alertar para desfechos desfavoráveis em pacientes com mieloma múltiplo. |