Perfil epidemiológico, clínico e terapêutico dos pacientes com a forma mucosa de leishmaniose tegumentar americana, atendidos no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas - Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, no período de 1989 a 2004

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Meneses, Andréa Morais de
Orientador(a): Schubach, Armando de Oliveira, Valete-Rosalino, Cláudia Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/11917
Resumo: Com o objetivo de descrever os padrões epidemiológicos, clínicos, laboratoriais, terapêuticos e evolutivos (incluindo seqüelas) das formas mucosa ou cutâneo-mucosa da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), foram selecionados 132 prontuários de pacientes atendidos no Ambulatório de Otorrinolaringologia do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC)/Fiocruz, Rio de Janeiro, no período compreendido entre 01 de janeiro de 1989 e 31 de dezembro de 2004. Todos os pacientes foram diagnosticados e acompanhados por médicos especialistas em Otorrinolaringologia equipados com fibras ópticas Hopkins com angulações de 0° e 70°. O diagnóstico foi estabelecido com base em critérios epidemiológicos, clínicos e laboratoriais, incluindo resposta à intradermorreação de Montenegro (IDRM), sorologia para LTA, histopatologia e cultura. Do total de pacientes, 68,2% eram do sexo masculino e a média de idade foi de 51 anos. À época do primeiro atendimento no IPEC, 59,1% dos pacientes residiam em área urbana e 39,6% exerciam ocupações diversas, não relacionadas epidemiologicamente à LTA. À época provável da infecção, 86% residiam na Região Sudeste, especialmente no Rio de Janeiro, e 44,8% também exerciam ocupações diversas. As cavidades nasais foram acometidas em 92,4% dos casos O aspecto mais freqüente das lesões foi a infiltração das mucosas. A úlcera foi a lesão cutânea ativa predominante na forma cutâneo-mucosa. Dos pacientes que realizaram IDRM, 97,4% apresentaram forte reação. Os títulos da sorologia por imunofluorescência indireta declinaram progressivamente ao longo de dois anos pós-tratamento. Na histopatologia, o aspecto predominante foi o infiltrado inflamatório crônico granulomatoso, sem a presença de amastigotas. Os pacientes estudados foram tratados com antimoniato de meglumina e/ou anfotericina B em doses e esquemas variados. Destes, 19,2% necessitaram re-tratamento por diferentes motivos: recidiva, abandono de tratamento inicial e falha terapêutica. Os eventos adversos mais encontrados, com ambas as drogas, foram: artralgia, mialgia, astenia, febre e aumento de creatinina. Todos os pacientes que mantiveram o acompanhamento ambulatorial pós-tratamento obtiveram cura clínica. 55% dos pacientes não evoluíram com seqüelas. O diagnóstico e acompanhamento das lesões mucosas de LTA por médico especialista em Otorrinolaringologia permitiu a instituição de terapia adequada o mais precoce possível e, conseqüentemente, a prevenção de sequelas