Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Xavier, Isis Gabrielli Gomes |
Orientador(a): |
Mediano, Mauro Felippe Felix,
Brasil, Pedro Emmanuel Alvarenga Americano do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48577
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Resumo: |
A doença de Chagas (DC) é uma doença parasitária causada pelo protozoário flagelado Tripanosoma cruzi, com prevalência estimada de 6 a 7 milhões de indivíduos em todo o mundo. O aumento na expectativa de vida bem como a migração de grande parte da população da zona rural para os grandes centros urbanos expõem estes indivíduos a uma série de hábitos de vida que favorecem o desenvolvimento de alterações crônico-degenerativas, tais como obesidade, resistência insulínica, hipertensão arterial e dislipidemia, fatores estes que, em conjunto, elevam de forma importante o risco de eventos cardiovasculares e de morte, contribuindo para ocorrência de uma importante condição clínica conhecida como síndrome metabólica (SM). O presente trabalho teve como objetivo identificar a prevalência da SM em indivíduos com DC crônica, além de estimar as principais comorbidades que vêm acometendo essa população. Também foram analisadas as variáveis relacionadas ao perfil socioeconômico, estilo de vida, estado nutricional, pressão arterial e perfil metabólico. Trata-se de um estudo transversal com 361 pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos, acompanhados regularmente no INI/Fiocruz. A classificação da forma clínica da DC seguiu critérios estabelecidos pelo II Consenso Brasileiro em DC de 2015. A classe funcional seguiu critérios estipulados pela New York Heart Association (NYHA), as comorbidades (obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia) seguiram os critérios estabelecidos pelas Sociedade Brasileira de Diabetes e Sociedade Brasileira de Cardiologia. Informações sobre idade, sexo, escolaridade, cor da pele e renda familiar também foram coletadas. Em relação ao estilo de vida foram coletadas informações sobre o uso de cigarros, álcool e nível de atividade física. Para definição da SM foram utilizados os critérios determinados pela Federação Internacional de Diabetes (2006). A associação entre as variáveis investigadas foi determinada por meio de modelos de regressão logística. O nível de significância estatística adotado para todos os testes foi de p<0,05. A amostra estudada apresentou uma frequência maior de mulheres (56,2%), mulatos (59,8%), baixa renda (R$925,60) e idade média de 60,7 anos. O percentual de indivíduos com SM foi 40,4%. Dentre as comorbidades, observou-se que as prevalências de hipertensão, dislipidemia, obesidade e diabetes foram de 67%, 53%, 26% e 21%, respectivamente. A forma cardíaca sem insuficiência cardíaca foi a mais prevalente (43,5%). A maior parte dos pacientes apresentou um nível moderado de atividade física (48%). As principais variáveis associadas a presença de SM foram idade (OR 1,05; IC 95% 1,02 \2013 1,08), baixa escolaridade (OR 0,27; IC 95% 0,11 \2013 0,64), gordura epicárdica (OR 1,28; IC 95% 1,11 \2013 1,46), fração de ejeção (OR 1,04; IC 95% 1,02 \2013 1,06) e classe funcional (OR 2,20; IC 95% 1,19 \2013 4,04). Os resultados do presente estudo permitem concluir que a população estudada apresentou uma elevada frequência de alterações crônico degenerativas que podem comprometer seu estado de saúde. Portanto, uma melhor compreensão do papel das comorbidades e dos fatores metabólicos associados a DC crônica serão essenciais para otimizar uma atenção integral desses pacientes no futuro. |