Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Santos Filho, João Carlos Lopes dos |
Orientador(a): |
Brasil, Pedro Emmanuel Alvarenga Americano do,
Mediano, Mauro Felippe Felix |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26503
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Resumo: |
A Doença de Chagas (DC) é uma endemia parasitária causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi. A prevalência da DC no Brasil é de cerca de um milhão de indivíduos. Indivíduos com DC podem apresentar limitações físicas, orgânicas, psicológicas, sociais e econômicas relacionadas à doença. Comumente, esses indivíduos ficam com a saúde comprometida, sofrem estigma social e apresentam dificuldade para a realização de suas atividades laborais. Essas repercussões podem interferir na qualidade de vida (QV). O presente estudo avaliou a QV em indivíduos com DC e a influência de fatores associados tais como forma clínica da DC, classe funcional, comorbidades, perfil socioeconômico e fatores relacionados ao estilo de vida. Trata-se de estudo transversal com 308 pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos, acompanhados regularmente no INI/Fiocruz. A classificação da forma clínica da DC seguiu critérios estabelecidos pelo Consenso Brasileiro em DC de 2005. A classe funcional seguiu critérios estipulados pela New York Heart Association (NYHA) enquanto a presença de comorbidades (diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade) seguiu os critérios estabelecidos pelas Sociedade Brasileira de Diabetes e Sociedade Brasileira de Cardiologia. Foram coletadas informações sobre idade, sexo, escolaridade, cor da pele e renda familiar. Para as variáveis relacionadas ao estilo de vida, foram obtidas informações quanto ao uso de cigarros, álcool e nível de atividade física. A QV foi avaliada através da aplicação do instrumento da OMS validado para utilização na população brasileira, o WHOQOL-Bref. A associação entre as variáveis investigadas foi determinada por meio de modelos de regressão múltipla. O nível de significância estatística adotado para todos os testes foi de p<0,05 A amostra estudada apresentou maior percentual de mulheres, pardos, com baixa escolaridade e média de idade de 60 anos. A forma cardíaca foi a mais prevalente, seguida da indeterminada, mista e digestiva. Em relação às comorbidades, a prevalência de hipertensão, diabetes, dislipidemia e obesidade era de 67%, 22%, 53% e 27%, respectivamente. A maior parte dos pacientes era fisicamente ativa (78%). O domínio da QV que obteve melhor escore foi relações sociais, seguido do domínio psicológico, qualidade de vida geral, físico e meio ambiente. As principais variáveis associadas a QV nos indivíduos com DC observadas no presente estudo foram a forma clínica da DC (domínios físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente), classe funcional (domínios físico, psicológico, meio ambiente e QV geral), escolaridade (domínios físico, psicológico e meio ambiente), sexo (domínios físico e psicológico), horas de sono (domínios físico e meio ambiente), nível de atividade física (domínio físico), tabagismo (domínio meio ambiente) e obesidade (domínio QV geral). Os resultados deste estudo permitem concluir que a população com DC está envelhecendo e que apresenta características bastante particulares, sendo a maioria com baixo nível de escolaridade e baixa renda. A forma clínica da DC foi a principal variável que influenciou de forma independente a QV nos indivíduos com DC, tendo as formas cardíaca e digestiva apresentado maior impacto negativo na QV. Outras variáveis que apresentaram importante associação negativa com a QV nos indivíduos com DC foram a classe funcional, baixa escolaridade, sexo feminino, menor número de horas de sono, menor nível de atividade física, fumo e obesidade |