Perda auditiva e tontura em idosos: medicamentos e outros fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Valete-Rosalino, Cláudia Maria
Orientador(a): Rozenfeld, Suely
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4432
Resumo: A perda auditiva e a tontura são queixas freqüentes entre idosos, sendo muito associadas à diminuição do convívio social e ao déficit de desempenho funcional. Considerando o rápido processo de envelhecimento da população brasileira observada nas últimas quatro décadas, elas se tornam importantes problemas de saúde pública. Esta tese é composta por um conjunto de três artigos e explora a freqüência da perda auditiva e da tontura auto-referidas em mulheres idosas na cidade do Rio de Janeiro, e os fatores associados, entre eles o uso de medicamentos. O primeiro artigo é uma revisão crítica da literatura científica publicada sobre a validade de uma única questão genérica em pesquisas epidemiológicas. Nos outros dois artigos, foram utilizados os dados de um estudo transversal no Rio de Janeiro em 624 mulheres, com mais de 60 anos, inscritas na Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UnATI/UERJ) até 1995, através de questionário estruturado, único e padronizado, com perguntas abertas e fechadas, sobre variáveis sócio-econômicas, peso e altura, doenças associadas e uso de medicamentos. Este trabalho permitiu demonstrar que uma questão única genérica parece ser um indicador aceitável de perda auditiva, sensível e razoavelmente específico, principalmente quando a perda é identificada como sendo a média tonal que inclua freqüências até 2 ou 4 kHz, a um nível de 40 dBNA, na melhor orelha, podendo portanto, ser utilizado em estudos epidemiológicos de perda auditiva em idosos. A perda auditiva ocorreu em 22,3% das mulheres investigadas, sendo que a idade foi o principal fator determinante da perda auditiva nestas idosas. Os fatores que foram associados à perda auditiva foram os medicamentos do trato digestivo, os bloqueadores do canal de cálcio vascular e vitaminas, e entre os demais fatores de saúde, a anemia e a angina. Em relação à tontura, a sua prevalência foi de 21,2% e a presença de 10 ou mais doenças referidas foi o seu fator de maior risco, aumentando em aproximadamente 4 vezes a chance de tê-la. Os medicamentos e algumas condições crônicas de saúde foram associados à tontura, entre eles, os medicamentos hormonais, os vasodilatadores periféricos, os antiinfecciosos orais, a angina, a dor de cabeça e o zumbido. Neste estudo foi possível observar as prevalências da perda auditiva e tontura, e os seus fatores associados, em mulheres idosas inscritas num centro de convívio de idosos. A observação de que o uso de medicamentos permanece associado à perda auditiva e à tontura, mesmo após controle por idade e outras variáveis sócio-econômicas e de estado de saúde, é um importante resultado, já que estes fatores podem ser evitados ou prevenidos nas futuras gerações de idosos, evitando o seu uso irracional, com reduções nas prevalências da perda auditiva e da tontura e de suas conseqüências físicas, psicológicas, e sociais na vida dos idosos.