Avaliação da qualidade do sono, biomarcadores de efeito e condições da exposição em guardas de endemias do estado do Rio de Janeiro expostos a agrotóxicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Marcus Vinicius Corrêa dos
Orientador(a): Larentis, Ariane Leites
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57292
Resumo: Os distúrbios do sono afetam milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, Agentes de Combate as Endemias (ACE) estão submetidos à exposição crônica aos agrotóxicos (neurotóxicos e/ou cancerígenos), seja durante a mistura; aplicação ou no armazenamento (que muitas vezes ficam armazenados no local de trabalho). O objetivo desta tese foi avaliar a qualidade do sono de acordo com os biomarcadores de efeito e padrões do sono dos ACE do Estado do Rio de Janeiro. Para isso, apresenta-se a tese no formato de três artigos. No primeiro estudo foi realizada mineração de texto para análise sistemática de genes diferencialmente expressos, em pessoas expostas ao benzeno e malathion. Após análise topológica, foram identificados os genes com maior interconectividade para exposição ao benzeno (IL8, KLF, JUN e SERTAD1) e ao malathion (HRAS e STAT3). O segundo estudo transversal com 515 ACE, descreve características sociodemográficas e ocupacionais e qualidade sono. A maioria dos respondentes eram homens (74,0%), cor preta e parda (73,4%), idade média 56 anos (DP=6,1). A média de pontuação global do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) foi de 6,7. Mulheres apresentaram pior pontuação PSQI (>5), com prevalência de 67,2% entre as mulheres e 54,9% entre os homens (p=0,009). Mulheres tiveram médias de escore global do PSQI (8,12) mais elevada do que homens (6,31), indicando pior qualidade do sono (p=3,83x10-05). Eficiência do sono média ponderada foi melhor no grupo ocupacional sem contato com agrotóxicos (87,26%). O terceiro estudo transversal analisou a qualidade do sono e os efeitos moduladores sistêmicos em 66 ACE, aplicando o actígrafo. A pontuação média de qualidade do sono foi de 7,8 pontos no score PSQI e cerca de 60% da população estudada, foi classificada como com sono não saudável (PSQI> 5). Os trabalhadores apresentaram, em média, entre 5 e 6 horas de tempo total de sono, eficiência de 80% desse tempo total de sono (Ef) e vigília após o início do sono de cerca de 60 minutos. A estabilidade e variabilidade foram de 0,48 e 0,80 respectivamente. Houve correlação positiva dos níveis do hormônio T4 Livre com o tempo total de sono (p-valor <0,05). Verificou-se, também, que a variabilidade intradiária teve correlação negativa com hormônio. Os dados da presente tese contribuem para o conhecimento sobre o impacto de múltiplos genes e de avaliações da qualidade do sono, com o propósito de compreender como as exposições químicas ambientais afetam à saúde dos trabalhadores.