Mobilização socioeducativa para o controle do Aedes aegypti na periferia de Salvador-Ba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Kathleen Ribeiro
Orientador(a): Silva, Luciano Kalabric
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25488
Resumo: Os programas de controle vetorial ainda são a principal forma de prevenir à transmissão da dengue e de outras arboviroses no Brasil. Apesar dos esforços empregados no controle vetorial do Aedes aegypti, e a despeito da manutenção de casos notificados para dengue, a introdução e reemergência de outras arboviroses, trazem ao país o desafio de combater com eficiência seu mosquito vetor. Em parte, isto pode ser explicado porque a maioria dos estratos da cidade apresenta índices de infestação predial (IIP) elevados (> 1,0%). Este trabalho tem por objetivo desenvolver ações de mobilização socioeducativas para a comunidade, que resultem num controle vetorial efetivo refletido na queda do índice de infestação de A. aegypti. O estudo foi realizado em uma área de intervenção (estrato 302) e uma área controle (estrato 299) localizadas no Subúrbio Ferroviário de Salvador-Ba entre 2014 e 2017. Os ACEs foram capacitados em arboviroses, biologia do vetor e educação em saúde antes do início do projeto. ACEs, ACSs e alguns representantes da comunidade das duas áreas participaram de uma pesquisa de saberes e percepções sobre dengue através da entrevista de grupos focais. Em ambos os estratos foram selecionadas casas sentinelas para avaliação das ações de intervenção através da aplicação de um inquérito CAP antes e após o estudo, além de avaliação dos índices de infestação por A. aegypti (IIP, IPA e IDO). No estrato 299, ações regulares de controle foram mantidas. No estrato 302, os ACEs realizaram visitas domiciliares, onde os moradores receberam um kit educativo e ligações mensais com instruções para a vistoria de seu imóvel. A partir do GF fica evidente incertezas no conhecimento de conceituações sobre dengue entre os moradores; estado de conflito dos ACEs em exercer o papel de educador sem conhecimento necessário para tal; a valorização do seu trabalho para prevenção e controle da dengue pelos agentes de mobilização e ausência de sentimento e responsabilidade com relação à dengue pelos ACSs. Dos moradores que receberam o kit no estrato 302, 30% foram contatados por telefone pelo menos uma vez, e apenas 27% das casas sentinelas foram incluídas na ação de intervenção. Moradores de ambos os bairros responderam ao questionário, a população de Periperi apresentou um rendimento maior para conhecimento sobre dengue (59%) e para atitude e práticas de prevenção da doença (74%). Altos rendimentos para conhecimento sobre dengue foi associado exclusivamente ao histórico de dengue na família (P<0,05). Os resultados não mostram diferenças significantes entre o rendimento do inquérito antes e depois da ação de intervenção em ambos os bairros. As medidas de índices de infestação avaliadas não apresentaram reduções significativas, evidenciando ausência de mudanças comportamentais por parte dos moradores, apesar da ação de intervenção e campanhas educativas. Parte deste insucesso pode estar associado ao baixo alcance da ação na comunidade, ao baixos níveis socioeconômicos da região, além da ausência de políticas públicas e infraestrutura local. Outro fator responsável pelos resultados está relacionado ao tipo de metodologia escolhido para o processo educacional, que se caracteriza como uma abordagem tradicional, que não leva em consideração as perspectivas sociocognitivistas, necessárias à construção de um conhecimento que propicie as mudanças comportamentais.