Estudo da Susceptibilidade e Resposta de Linfócitos Humanos ao Vírus da Dengue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silveira, Guilherme Ferreira
Orientador(a): Bordignon, Juliano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/8990
Resumo: A dengue representa na atualidade a mais prevalente arbovirose, caracterizando-se como um grave problema de saúde pública, tanto no Brasil como em todo o mundo. No entanto, o paciente que desenvolve a febre da dengue e/ou dengue com complicações recebe apenas tratamento de suporte, uma vez que não existem medicamentos ou vacinas específicas contra o vírus. Adicionalmente, pouco se sabe sobre os mecanismos imunopatológicos que desencadeiam os sintomas graves. Um dos aspectos que parece ser chave na patogenia é a resposta funcional dos linfócitos ao vírus da dengue (DV). Embora, a susceptibilidade destas células à infecção pelo DV ainda não fora bem caracterizada. Deste modo, os alvos principais deste trabalho foram à determinação da susceptibilidade e a caracterização da resposta funcional de linfócitos humanos de doadores saudáveis, analisadas na infecção por cepas dos quatro sorotipos do DV. Foi demonstrado que três diferentes populações de linfócitos (LT CD4+, LT CD8+ e LB CD19+) são susceptíveis ao DV, especialmente o LT CD8+, sendo o heparam sulfato um receptor de entrada para a infecção destas células pelo DV. Esta infecção foi produtiva, com replicação ativa e liberação de partículas virais viáveis no sobrenadante das culturas, além da produção da proteína não-estrutural 1 (NS1). Contudo, foram observados apenas níveis discretos de ativação celular e produção de citocinas. Adicionalmente, não foram observadas respostas funcionais como: apoptose de linfócitos, degranulação de LT CD8+, infecção diferencial de LT CD8+ “naïve” ou LT CD8+ de memória, resposta de polarização Th1/Th17 de LT CD4+ ou produção de IgM anti-DENV por LB CD19+. Ademais, a infecção dos linfócitos não foi capaz de reduzir a proliferação celular observada em ensaios de Ensaio Misto de Leucócitos e Ensaio de “Prime” de Linfócitos, sendo observada uma discreta elevação na proliferação quando as células foram infectadas com o DV4 360. Do mesmo modo, as infecções de culturas de células mononucleares do sangue periférico (PBMC) pelas cepas DV3 98 e DV4 360 foram capazes de induzir uma polarização de perfil Th2. Portanto, estes achados demonstram que, apesar das infecções produtivas, os linfócitos são pouco responsivos aos DV, sendo que importantes funções destas células não foram reguladas pela infecção. Desta forma, é possível sugerir que os linfócitos seriam uma fonte importante para a manutenção da viremia observada nos casos de dengue.