Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Bento, Isabel Cristina |
Orientador(a): |
Peixoto, Sérgio William Viana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43543
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Resumo: |
O envelhecimento populacional tem sido associado à maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e ao uso de múltiplos medicamentos. Esse consumo concomitante de muitos medicamentos pode influenciar os marcadores do consumo alimentar e o estado nutricional dos idosos, com impactos negativos na saúde desse grupo. Entre as DCNT que acometem os idosos, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a mais prevalente e apresenta determinação complexa, envolvendo fatores individuais e contextuais. Os objetivos deste trabalho foram (a) avaliar a associação entre o uso de medicamentos e os marcadores nutricionais em idosos brasileiros com diagnóstico de doenças crônicas; e (b) verificar os fatores contextuais e individuais associados à hipertensão arterial em idosos brasileiros. É um estudo transversal, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2013) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Para o primeiro objetivo, o desfecho foi o número de medicamentos para DCNT e as variáveis exploratórias foram os marcadores de consumo alimentar e os índices antropométricos. Para o segundo objetivo, a HAS foi o desfecho, sendo definida pela medida direta da pressão arterial e/ou uso de medicamentos. As variáveis contextuais foram o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o Índice de Gini, por Unidades da Federação (UFs); e as variáveis individuais incluíram fatores sociodemográficos, comportamentos em saúde, condições de saúde e uso de serviço de saúde. As análises foram realizadas por modelos de regressão logística múltipla (1º artigo) e modelos logísticos multiníveis (2º artigo), estimando-se o odds ratio (OR) e os intervalos de 95% de confiança (IC95%). Entre os 11.697 participantes idosos da PNS, 7.770 com DCNT foram incluídos na primeira análise e 10.211 participaram da segunda análise. Entre os idosos com DCNT, 71,1% (IC 95%: 69,3-72,8%) consumiam medicamentos para uma a duas dessas doenças, e 11,3% (IC 95%: 10,1-12,6) consumiam medicamentos para três ou mais doenças. O uso de maior número de medicamentos associou-se positivamente ao consumo de frutas e hortaliças, peixe e leite, e negativamente ao consumo de alimentos doces, refrigerantes e carne com excesso de gordura; maior consumo de medicamentos foi também associado a maiores valores dos indicadores antropométricos. A prevalência de HAS foi de 66,7% (IC95%: 65,1-68,3) e a chance de HAS foi maior nas UFs com maior IDHM, nas mulheres, naqueles com 70 anos ou mais, entre os não brancos, com doenças crônicas, com excesso de peso e circunferência da cintura aumentada/muito aumentada e entre os que realizaram quatro ou mais consultas médicas no ano anterior; mas menor entre os mais escolarizados. Percebeu-se que, embora o maior consumo de medicamentos esteja relacionado a melhores indicadores da dieta, esses idosos ainda mantêm maior concentração de adiposidade geral e central. Observou-se ainda que, além dos fatores individuais classicamente associados à HAS, os idosos residentes nas UFs de maior IDHM apresentaram maior chance de ter essa condição, sugerindo maior sobrevida dos hipertensos dessas regiões. Esses resultados podem favorecer o planejamento de ações em saúde, direcionado tanto para a melhoria do estado nutricional dos usuários idosos de múltiplos medicamentos, quanto para os grupos de maior vulnerabilidade para HAS, incluindo fatores contextuais e individuais. |