Mortalidade por linfoma não Hodgkin em capitais da região sudeste e sobrevida de pacientes submetidos a transplante no Instituto Nacional do Câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Luz, Laércio Lima
Orientador(a): Mattos, Inês Echenique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20114
Resumo: A mortalidade por linfoma não Hodgkin vem diminuindo em vários países, porém, para o Brasil, as estimativas apontam um crescimento em ambos os sexos. O objetivo deste estudo foi analisar a tendência da mortalidade por linfoma não Hodgkin em indivíduos com 20 ou mais anos, nas capitais da região Sudeste, entre 1980 e 2007. Utilizou-se como fonte de dados o Sistema de Informação sobre Mortalidade e o DATASUS. A tendência das taxas de mortalidade por linfoma não Hodgkin por faixas etárias foi analisada por meio de modelos de regressão polinomial. Foi observada tendência linear de incremento em Belo Horizonte e São Paulo para faixa etária de 60 ou mais anos. Ao analisar de forma separada os períodos 1980-1995 e 1996-2007, só se observou tendência de incremento no período inicial. Os resultados sugerem que o incremento observado entre 1980-2007 poderia ser resultante do crescimento das taxas entre 1980-95, já que, no último período, não foram observadas tendências estatisticamente significativas nessas cidades. A partir da década de 90, o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) passou a ser utilizado de forma mais consistente no tratamento de pacientes com linfoma não-Hodgkin (LNH) e, entre as possíveis explicações para a redução da mortalidade por essa neoplasia, observada nas últimas décadas em diferentes países, encontram-se os avanços no seu tratamento. Realizou-se um estudo descritivo de sobrevida em uma coorte histórica de pacientes com LNH, de 18 ou mais anos de idade, submetidos ao primeiro TCTH em um hospital de referência em oncologia no Rio de Janeiro, entre janeiro de 1997 e maio de 2009. As informações do estudo foram obtidas através da análise dos prontuários médicos, utilizando-se instrumento elaborado especificamente para essa finalidade. Considerou-se como desfechos do estudo a sobrevida global (em meses), estimada desde a data do transplante até o óbito e a sobrevida livre de doença (em meses), estimada desde a data do transplante até a evidência de doença pós-transplante. Os indivíduos foram seguidos por 1 e 5 anos para a determinação dos desfechos. Na análise exploratória da sobrevida foi utilizado o método de Kaplan Meier, sendo a comparação entre os estratos das co-variáveis realizada através do teste de log-rank, admitindo-se nível de significância estatística de 5 por cento. A regressão de Cox, através do método Enter, foi utilizada para a análise multivariada. Foram avaliados 100 pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas no período de estudo. Desses, 61 eram do sexo masculino e 39 do sexo feminino, Ao transplante, o subtipo predominante foi o Difuso de Grandes Células B (82 por cento). A idade ao transplante variou entre 18 e 66 anos, com mediana de 45 anos. A mediana do tempo entre o diagnóstico e o transplante foi de 17 meses. Em relação ao status da doença, 25,3 por cento indivíduos apresentavam resposta completa, 17,2 por cento falha na indução primária e 53,5 por cento estavam em recaída. A maioria dos indivíduos apresentou quimiossensibilidade ao último regime quimioterápico pré-TMO. As probabilidades de sobrevida global em 1 e 5 anos foram 70,5 por cento e 50,8 por cento , respectivamente. As probabilidade de sobrevida livre de evidência de doença em 1 e 5 anos corresponderam, respectivamente, a 67,3 por cento e 54,2 por cento. Comparando nossa coorte com a de outro estudo brasileiro, realizado com 106 pacientes submetidos a transplante, entre 1998 e 2006, observa-se algumas semelhanças, tais como a mediana da idade e a alta prevalência do subtipo DGCB. Entretanto, nossa coorte apresentou menor prevalência de sintomas B, bulky disease, infiltração de medula óssea e estadiamento avançado. Em geral, 40-60 por cento dos pacientes tratados com transplante autólogo sobrevivem aos 5 anos pós transplante. Foi possível observar que a sobrevida global e a sobrevida livre de doença em nossa população de estudo apresentaram valores que se aproximam dos encontrados por outros autores.