Os profissionais de saúde e a atenção à mulher em situação de violência sexual: um estudo nos serviços de referência do município de Natal, Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lima, Stenia Lins Leão
Orientador(a): Avanci, Joviana Quintes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24393
Resumo: O presente estudo, buscou conhecer as percepções dos profissionais de saúde quanto ao atendimento à mulher em situação de violência nos serviços de referência do município de Natal/RN. A violência foi gradativamente endereçada ao setor saúde, para oferecer ativamente respostas concretas aos diferentes agravos que afetam a vida e a integridade das pessoas. As mulheres alcançam uma representatividade significativa no perfil epidemiológico de morbimortalidade por violências. Os profissionais de saúde estão em posição estratégica para a detecção e intervenção e são os principais responsáveis pelo estabelecimento de vínculos de confiança dos usuários, com os serviços. Tornou-se portanto fundamental, conhecer as percepções dos profissionais de saúde quanto à atenção à mulher em situação de violência sexual, para se entender o processo de implementação desta atenção em saúde . Considerou-se a metodologia qualitativa a mais adequada para dar respostas ao objeto em questão. O instrumento utilizado foi a entrevista individual semi-estruturada. Após análise de conteúdo, o estudo indicou que para o profissional, esse atendimento na emergência é realizado à contragosto, é considerado eventual, não é percebido como vocação institucional e provoca muitas angústias e sofrimentos. Persistem atitudes e percepções decorrentes de valores adquiridos na formação, estruturadas no modelo biomédico tradicional, onde a mulher é percebida na condição de não sujeito, e a cultura da atenção emergencial, impossibilita uma melhor interação, não havendo espaço para prevenção ou articulação com a rede intersetorial. Dentro de um modelo tecnicista, há uma priorização no acesso, porém com uma abordagem, individualista e medicalizante. As capacitações são insuficientes ou inexistem e há uma significante manifestação quanto à necessidade de apoio institucional. Ao final do estudo, foram colocadas algumas indagações, exposição dos limites do estudos e esboço de algumas propostas, instigadas pelos resultados encontrados.