Farmacovigiância de medicamentos anti-retrovirais em gestantes portadoras de HIV e em crianças expostas ao HIV durante a gestação em uso de profilaxia da transmissão vertical: estudo piloto de incidência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Oliveira, Marilia Santini de
Orientador(a): Grinsztejn, Beatriz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28797
Resumo: Há poucos estudos sobre a segurança de medicamentos anti-retrovirais usuados para profilaxia da transmissão vertical do HIV, especialmente no Brasil. Este trabalho teve como objetivo estimar a incidência de reações adversas a medicamentos (RAM) anti-retrovirais em gestantes e crianças acompanhadas em dois centros especializados do Rio de Janeiro, o Hospital dos Servidores e o Hospital Geral de Nova Iguaçu, além de avaliar os fatores de risco associados ao desenvolvimento das reações. Foi realizado um estudo prospectivo, entre Fevereiro de 2005 de Maio de 2006, incluindo 339 crianças expostas a anti-retrovirais durante a vida intra-uterina e/ou nas primeiras semanas de vida e 214 gestantes infectadas pelo HIV, das quais 36 engravidaram já em uso de anti-retrovirais e 178 iniciaram profilaxia após o diagnóstico de gestação, grupos analisados separadamente. As gestantes que engravidaram já em uso de anti-retrovirais não tiveram reações adversas e a freqüência encontrada de reações adversas nas gestantes que iniciaram o uso de anti-retrovirais após o diagnóstico da gestação foi de 20,2%. Os seguintes tipos de RAM foram identificados nas gestantes: gastrintestinal (16,3%), incluindo cólicas, diarréia, náuseas e vômitos; cutânea (6,2%), incluindo prurido e exantema; anemia (2,2%); e hepatite (1,7%). Complicações obstétricas, partos prematuros, baixo peso ao nascimento e malformações congênitas tiveram baixa freqüência nesta população. Não observamos nenhum efeito teratogênico detectável ao nascimento em 17 crianças expostas a efavirenz no primeiro trimestre da gestação. A freqüência de RAM nas crianças foi de 51,3%. Os seguintes tipos de RAM foram identificados nas crianças: hematológicas (34,8%), incluindo anemia (24,8%), neutropenia (8,6%) e plaquetopenia (1,5%); hepáticas (9,1%); exantema (1,5%) e gastrintestinais (5,9%) Os fatores de risco associados ao desenvolvimento de RAM hematológica em geral, anemia em particular e RAM hepática foram infecção pelo HIV, ausência de exposição intra-uterina a anti-retrovirais, uso de esquemas profiláticos pela criança contendo outros medicamentos além de zidovudina e maior peso ao nascer. De modo geral, nas gestantes e nas crianças, as RAM forma de intensidade leve a moderada, nenhuma foi potencialmente fatal e em poucos casos houve necessidade de interrupção dos anti-retrovirais. A eficácia de medicamentos anti-retrovirais na profilaxia da transmissão vertical do HIVsobrepôe-se aos riscos das reaçõs adversas a estes medicamentos