Custo social da leptospirose no Brasil e o efeito de chuvas extremas em Nova Friburgo para o incremento de casos da doença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pereira, Carlos Alexandre Rodrigues
Orientador(a): Barata, Martha Macedo de Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36391
Resumo: A leptospirose é uma doença infecciosa febril que ainda provoca impactos sociais e econômicos negativos. Contudo, o seu real impacto econômico, ou seja, seu custo social, ainda é pouco estudado no Brasil, onde a última avaliação realizada se referiu aos casos que evoluíram a óbito em 2007. Os objetivos do trabalho foram estimar o custo social dos casos de leptospirose notificados em 2008 no Brasil e verificar, com base no estudo de caso do desastre ocorrido em Nova Friburgo em janeiro de 2011, o efeito de chuvas extremas para o incremento de casos e do custo da doença. Na avaliação realizada para o Brasil, pôde-se verificar que os 3.492 casos de leptospirose ocorridos em 2008 geraram ao Sistema de Saúde um custo estimado de R$ 1.542.526,92. Com base no que foi estimado sobre os custos atribuídos à sociedade, pode-se dizer que em 2008 no Brasil foram perdidos 10.664,90 anos potenciais de vida e que houve perda de renda de R$ 27.744.133,33, além da perda de produtividade que variou entre R$ 278.481,60 e R$ 979.317,00. No estudo de caso de Nova Friburgo, foram atribuídos ao desastre 525 casos suspeitos de leptospirose, dentre os quais 177 foram confirmados. Agregando-se todos os custos atribuídos ao sistema de saúde, encontrou-se um montante de R$ 55.336,77. Já a perda de produtividade pode ter variado, no mínimo, de R$ 8,0 mil a R$ 213,8 mil. As estimativas apresentadas evidenciam a necessidade de desenvolver meios capazes de diminuir, além dos custos, a incidência, a gravidade e a letalidade da leptospirose. Mas para que isso ocorra é preciso mais que os esforços isolados do setor de saúde: é fundamental a gestão integrada entre os diversos setores da gestão pública, uma vez que não são apenas as medidas específicas em saúde que podem levar a alterações no comportamento da doença.