Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Ricardo Alexandre Santos de |
Orientador(a): |
Kury, Lorelai Brilhante |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16315
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Resumo: |
João Capistrano de Abreu (1853 – 1927) viveu as grandes transformações da história do Brasil na passagem do Império à República. Não somente isto, o autor se deparou com diversas interlocuções que abriam inúmeras possibilidades quanto à disputa pela hegemonia do saber histórico. Desde a sua juventude, Capistrano circulou pelo cientificismo característico de fins do século dezenove. Na sua formação entrou em contato com autores como Henry Thomas Buckle (1821 – 1862), Hippolyte Adolphe Taine (1828 – 1893), Herbert Spencer (1820 – 1903) e Auguste Comte (1798 – 1857). Na interlocução com os autores do Velho Mundo, Capistrano tinha em mente a formação do caráter nacional, questão essencial para os intelectuais do seu tempo no jovem império brasileiro. Alguns temas que se colocaram nesses primeiros diálogos tiveram longa permanência na historiografia construída por Capistrano ao longo de sua vida, ainda que, com o passar dos anos, sofressem transformações em sua abordagem. Outras questões abraçadas pelo autor na juventude foram posteriormente descartadas na medida em que o historiador travava contato com novos autores dentro e fora do Brasil, e também com a documentação histórica. Dentre os temas que poderiam ser tomados como permanências na obra do historiador foram: a importância do elemento indígena na formação do caráter nacional, igualmente a relevância do meio físico na formação do brasileiro, a concepção da humanidade única frente à visão racialista do ser humano e a produção artística e cultural como representação da sociedade que a origina. Algum tempo após deixar a sua terra natal, o Ceará, e instalar-se na corte imperial, Capistrano entrou em contato com a vasta documentação referente ao Brasil colonial e, paralelamente, com autores ligados à história cultural e ao historicismo alemão, tais como: Leopold von Ranke (1795 – 1886), Friedrich Ratzel (1844 – 1904) e Eduard Meyer (1855 – 1930). A sua produção seria profundamente afetada por tais experiências; o que não caracterizaria, contudo, um tipo de “conversão” a novos paradigmas, posto que os temas mais caros ao estudioso e ainda as suas mais profundas crenças continuariam presentes em seus escritos. No entanto, enriquecidos e com maior sofisticação do que sob a ótica cientificista que o atraiu em sua juventude. A maneira pela qual o autor se constrói como profissional do campo da história concomitantemente com a construção da História Pátria é questão central no desenvolvimento deste trabalho. Para tal, faz-se imprescindível na análise a interlocução de Capistrano com os autores clássicos do seu tempo, sem perder de vista, contudo, o diálogo que mantinha com seus pares brasileiros, a rede de troca de documentações históricas da qual se valia em seus estudos históricos, a sua vinculação às instituições como o IHGB - Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - e a Biblioteca Nacional, e, ainda, além das experiências pessoais que fizeram parte de seu vivido. |