Análise da recuperação da susceptibilidade de uma colônia de Culex quinquefasciatus resistente ao Bacillus sphaericus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Amorim, Liliane Barbosa
Orientador(a): Silva Filha, Maria Helena Neves Lobo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/61093
Resumo: Bacillus sphaericus (Bs) é um biolarvicida eficiente para o controle de Culex sp e o seu principal fator inseticida é a toxina Bin cuja ação depende de sua ligação específica aos receptores Cqm1 presentes no epitélio das larvas. A resistência de Culex ao Bs já foi registrada, sendo este caráter herdado de forma recessiva, o que favorece o seu manejo. O objetivo do estudo foi analisar a recuperação da susceptibilidade de uma colônia de C. quinquefasciatus resistente ao Bs IAB59 (R-IAB59) a partir da introdução de indivíduos susceptíveis nesta colônia na proporção de 1:1, e a manutenção da progênie sem pressão de seleção, sob condições de laboratório. A resistência das larvas R-IAB59 à toxina Bin é devido à ausência da α-glicosidase Cqm1, conferida pelo alelo de resistência cqm1REC em homozigose. Inicialmente, a avaliação da colônia R-IAB59 em relação à fecundidade, fertilidade e peso de pupas mostrou um desempenho similar à colônia parental susceptível (S- Lab), sugerindo que a resistência não acarreta custo biológico em relação a estes parâmetros. Amostras de larvas das colônias parentais, S (campo) e R-IAB59, e da progênie (F1-F3-F5- F7-F9-F11) foram avaliadas em relação à susceptibilidade in vivo, à freqüência da expressão do receptor Cqm1 e do alelo cqm1REC. Os bioensaios de múltiplas concentrações mostraram que houve uma redução dos valores de concentrações letais dos biolarvicidas para 50 e 90% das larvas (CL50 e CL90), em relação à colônia R-IAB59, sendo a redução da CL50 mais acentuada do que a da CL90, em todas as gerações. Os bioensaios de dose diagnóstica mostraram que a freqüência de larvas R variou entre 45 e 55% nas progênies que foi diretamente correlacionada aos dados obtidos dos ensaios enzimáticos que mostram uma freqüência similar de larvas que expressam e não expressam o receptor Cqm1. A análise o alelo cqm1REC revelou o genótipo das larvas suscetíveis e resistentes e mostrou que a freqüência deste alelo nas gerações parentais S e R foi 0,006 e 0,995, respectivamente. Apesar da ausência de pressão de seleção, a freqüência do cqm1REC manteve-se elevada, entre 0,64 e 0,80, até a F11. Os resultados obtidos mostram que, apesar da queda do nível de resistência, a freqüência do alelo cqm1REC permaneceu elevada na ausência de pressão de seleção durante 11 gerações e os dados apontam que este alelo não está associado a um importante custo biológico. A análise deste modelo forneceu informações relevantes para subsidiar estratégias de manejo da resistência do Culex do Bs.