Matrizes explicativas sobre as causas do rompimento da barragem da Samarco em Mariana, 2015: uma análise crítica dos discursos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lopes, Juliana Aurora de Oliveira.
Orientador(a): Heller, Léo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34199
Resumo: RESUMO: Em 05 de novembro de 2015, ocorreu em Mariana-MG o desastre tecnológico causado pelo rompimento da barragem de Fundão da mineradora Samarco, controlada ao grupo Vale SA e BHP Billinton. Este é considerado o maior desastre socioambiental do Brasil, com violações aos direitos humanos e a ocorrência de, pelo menos, 19 mortes. A pesquisa objetiva identificar e analisar os discursos dos diferentes atores sociais, relacionados à(s) causa(s) do rompimento dessa barragem, ressaltando semelhanças e divergências ideológicas entre eles. Trata-se de estudo qualitativo, tendo como referencial teórico-metodológico os pressupostos da Análise de Discurso Crítica (ADC) conforme o modelo tridimensional proposto por Fairclough. Foi realizada pesquisa documental de notícias, depoimentos e relatórios técnicos disponíveis na mídia, em um total de 23 documentos, compreendidos no período novembro de 2015 a novembro de 2017. Foi possível verificar que os diferentes discursos representam modos particulares de construção das abordagens sobre as causas do desastre, estando relacionados a aspectos sociohistóricos, políticos, ideológicos e relações assimétricas de poder. O emprego de determinadas palavras, termos técnicos específicos e de hashtags em redes sociais articulara-se às correspondentes práticas sociais. A análise e compreensão dessas matrizes explicativas também sugerem que determinados termos e abordagens podem reforçar ou minimizar os processos de injustiça socioambiental vivenciados pelas populações.