Gravidez e parto em adolescentes no Brasil: desigualdades raciais e socioeconômicas na assistência pré-natal e associação com nascimento prematuro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Almeida, André Henrique do Vale de
Orientador(a): Gama, Silvana Granado Nogueira da, Costa, Maria Conceição Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34072
Resumo: Este estudo teve o propósito de analisar o perfil das puérperas adolescentes no Brasil, segundo desigualdades raciais e socioeconômicas, bem como o efeito da idade materna no desfecho da prematuridade. Os dois artigos foram realizados com dados do estudo “Nascer no Brasil”. O primeiro deles englobou entrevistas de 3.317 puérperas adolescentes, e objetivou avaliar disparidades socioeconômicas e raciais na assistência ao pré-natal de adolescentes brasileiras. Os resultados apontaram que 84,4% receberam cuidado inadequado durante o pré-natal, com menores índices para as adolescentes de classe econômica mais baixa, menor escolaridade e multíparas. Observou-se maior proporção de adolescentes da classe econômica D/E e de cor da pele preta, que não conseguiram realizar exames preconizados como rotina durante a gravidez, que receberam poucas orientações sobre a gestação e parto, e que mais peregrinaram em busca de maternidade para realização do parto. No segundo artigo, buscou-se analisar a associação entre a idade materna e prematuridade, com ênfase na gravidez na adolescência. Foi utilizado o método de pareamento, baseado nos escores de propensão. Observou-se disparidades sociais, econômicas e assistenciais maternas entre as mulheres segundo a faixa etária, com maior percentual de adolescentes nas regiões menos desenvolvidas do país, Norte e Nordeste, e nas classes econômicas D e E. Depois de equiparadas quanto às características socioeconômicas e assistenciais, foram observadas maiores chances de prematuridade nas adolescentes precoces em comparação às adolescentes tardias e às adultas. O mesmo se observou com a prematuridade espontânea, com destaque para os prematuros precoces. Em conclusão, a adolescência esteve associada ao pré-natal inadequado e maior prematuridade, especialmente nos grupos menos favorecidos socialmente. Os achados apontam para a necessidade de priorizar esse grupo etário no acompanhamento pré-natal, de modo que o serviço de saúde não reproduza as desigualdades, mas ofereça assistência qualificada, a fim de reduzir desfechos negativos ao parto e nascimento, a exemplo da prematuridade. Assim, é sugerida fortemente a ampliação de ações de busca ativa, enfatizando o papel fundamental dos profissionais que atuam na Estratégia de Saúde da Família – ESF.