Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Gabriel Joventino do |
Orientador(a): |
Martins Junior, Ademir de Jesus |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50709
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Resumo: |
O mosquito Aedes albopictus, originário do continente asiático, é umas das mais bem sucedidas espécies invasoras do mundo, que, embora não seja considerado vetor primário dos principais arbovírus circulantes do Brasil, tem desempenhado um importante papel para a manutenção destes no ambiente, principalmente através da transmissão vertical. Além disto, sua plasticidade ecológica representa um alto fator de risco para a introdução de arbovírus selváticos em áreas urbanas. Atualmente o Ae. albopictus se encontra amplamente disseminado no Brasil, apesar de sua introdução recente, criando um cenário interessante e ainda pouco explorado sobre as origens de infestação e a dinâmica evolutiva de suas populações no país. A diversidade no gene do canal de sódio regulado por voltagem (NaV) tem sido muito explorada em insetos vetores, principalmente devido ao interesse sobre alterações relacionadas à resistência a inseticidas piretroides e DDT. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a diversidade do gene NaV em populações naturais de Ae. albopictus de todas as regiões do país. Para tanto, foi organizado um banco de DNA de espécimes de Ae. albopictus de 46 populações do Brasil, distribuídas em 20 estados, do qual foram feitos pools de DNA por população, utilizado para amplificar dois fragmentos do gene NaV (IIS6 e IIIS6). Estes produtos foram então sequenciados em plataforma Illumina e as sequências resultantes filtradas e organizadas pelo pipeline SeekDeep Foram feitas análises de frequência dos haplótipos observados, alinhamentos entres suas sequências, a fim de se descrever suas peculiaridades, além de inferências filogenéticas para sugerir possíveis relações de origem e derivação entre eles. Ao final, foram utilizadas 2,55 milhões de sequências, gerando uma média de cobertura de 119,5x. Observou-se uma variedade de 20 e 24 diferentes haplótipos para os fragmentos IIS6 e IIIS6, respectivamente, onde apenas substituições sinônimas foram observadas. No geral, a distribuição e as frequências de determinados haplótipos sugeriram uma regionalização. Por exemplo, os haplótipos do segmento IIS6 estão divididos em dois clados, onde um deles está mais concentrado nas populações da região Nordeste do Brasil. Adicionalmente, alguns haplótipos de ambos os segmentos do NaV foram encontrados exclusivamente em algumas regiões. Comparações com dados depositados no GenBank, revelaram similaridade de alguns haplótipos encontrados em populações da Malásia. Os resultados desse estudo sugerem ampla diversidade no gene NaV em populações de Ae. albopictus do Brasil, compatível com múltiplas introduções, além de convergências de variações nucleotídicas em diferentes haplótipos, que podem ser resultantes de algum processo de seleção natural. Análises subsequentes envolvendo marcadores neutros, somadas a este estudo, permitirão melhor definir a dinâmica evolutiva de Ae. albopictus do Brasil. |