Anopheles Gambiae: do invasor silencioso ao "feroz mosquito africano" no Brasil (1930-1940)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Anaya, Gabriel Lopes
Orientador(a): Sá, Magali Romero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24021
Resumo: Esta tese tem como objetivo abordar a chegada, o alastramento e o extermínio do mosquito africano Anopheles gambiae no Brasil, do ponto de vista científico e político, observando os condicionantes históricos que o tornaram objeto de um importante projeto de cooperação em saúde pública com a Fundação Rockefeller (FR). A história do A. gambiae no Brasil pode ser dividida em três fases quecorrespondem diretamente à movimentação e medidas que resultaram no extermínio desse mosquito. Na primeira fase, que vai de 1930-1932, vai da sua identificação na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, até sua expulsão pelo Serviço Cooperativo de Febre Amarela (SCFA) da FR. A segunda fase, iniciada em 1932, é conhecida como era silenciosa , que durou aproximadamente cinco anos, em que o A. gambiae se alastrou para o estado do Ceará sem chamar a atenção dos poderes públicos. A última fase se inicia com a epidemia de 1938, que levou a criação emergencial do SMNE, um grande serviço cooperativo que erradicou o A. gambiae do Brasil em1940. O que proponho nesta tese, é mostrar a importância de se compreender o percurso do A. gambiae no Brasil a partir do processo histórico que o fez ser inicialmente entendido como um problema emergencial local, tratado de maneira paliativa, para finalmente, oito anos após a suachegada, ter sido enquadrado em um experimento de demonstração em saúde pública de relevânciainternacional. Nesse percurso, busco entender a agência histórica desse mosquito a partir da trajetória do mesmo durante sua estada no Brasil, bem como os revezes, reações e iniciativas científicas e políticas que levaram à erradicação do mesmo. Para sustentar a minha proposta, buscoanalisar artigos científicos, relatórios de campo, documentos institucionais e periódicos que colocam o mosquito invasor no centro de narrativas que o perseguem.