Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Engstrom, Elyne Montenegro |
Orientador(a): |
Portela, Margareth Crisóstomo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4514
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Resumo: |
Introdução. A anemia ferropriva (AF) é a carência nutricional de maior magnitude mundial, com sérias repercussões na saúde principalmente de crianças e gestantes. No Brasil, entre crianças menores de dois anos, estudos indicam que são altas e cada vez maiores as prevalências deste agravo. Justificativa. Embora ensaios clínicos já tenham evidenciado a eficácia da suplementação com ferro na prevenção deste agravo, não se conhece suficientemente a efetividade deste procedimento na prevenção da AF entre crianças pequenas. Atualmente, têm sido propostos dois esquemas se suplementação: um com doses diárias (SD) e outro com doses semanais (SS) de sal de ferro. Até o momento, não existem estudos que comparem a efetividade destas duas alternativas em uma mesma população. Objetivo. Avaliar a efetividade da suplementação com sulfato ferroso em administração diária e semanal, em comparação à rotina convencional, na prevenção da anemia em crianças menores de um ano atendidas na rede básica de saúde do Rio de Janeiro. Método. Ensaio de campo randomizado por grupos em conglomerados (Unidades Básicas de Saúde) com dois grupos intervenção compostos por coorte prospectiva de crianças captadas aos 6 meses de idade. A intervenção consistiu em fornecimento de material educativo e de solução de SF a ser ministrado por 6 meses em doses diárias de 5mgFe (GD; n=150) ou semanais de 10mgFe (GS; n=147). Grupo controle (GC; n=172) foi composto por subgrupo do GC não exposto a suplemento com ferro durante o período de intervenção (GCNE; n=94). Os grupos foram avaliados aos 12 meses de idade. Os indicadores de desfecho foram média de hemoglobina (XHb), % de anemia (<110,0g/L) e % de anemia grave (<95,0g/L), Hb dosada pelo sistema Hemocue. Os desfechos foram examinados segundo intenção de tratamento e adesão ao protocolo (A≥70%) com significância estatística: p=0,05. Os dados foram coletados de maio/2004 a julho/2005. Testes T de Student e Qui-Quadrado foram utilizados nas análises bivariadas. Análises de regressão linear e logística múltipla (odds ratio, OR, intervalo de confiança de 95%, IC) foram realizadas para controlar possíveis fatores de confusão. Resultados. Os grupos mostraram-se homogêneos quanto aos principais indicadores de comparação anteriores à intervenção. A operacionalização da intervenção foi adequada, a adesão elevada (70%), sem diferença estatística entre GD/GS. Análise por intenção de tratamento mostrou:- Média de Hb: GD=108,7; GS=106,2; GC=106,3; CNE=104,7g/L.; Prevalência de anemia: GD=50,7; GS=60,5; GC=58,1; GCNE=62,2%.;Prevalência de anemia grave: GD=16,0; GS=18,4; GC=20,9; GCNE=27,8%. Após ajuste para variáveis de confusão, houve efeito protetor do GD em relação ao GCNE para XHB, anemia (OR=0,50, IC=0,22-0,89) e anemia grave (OR=0,33, IC=0,140 – 0,784). Para o GS, houve associação apenas na redução de chance de anemia grave (OR=0,35; IC=0,152 – 0,815). Análise por adesão, com CGNE como referência, apenas GDA≥70 mostrou diferença estatisticamente significativa para média Hb e efeito protetor para anemia; GS não apresentou efeito nessas análises; para anemia grave, ambos apresentaram efeito protetor (OR=0,34 e 0,58, para GD e GS, respectivamente). Conclusão. Apenas o esquema diário de suplementação universal com SF dos 6 aos 12 meses de idade foi efetivo em aumentar a concentração de hemoglobina sérica e em reduzir o risco de anemia. Ambos os esquemas foram efetivos em diminuir o risco de anemia grave. |