Avaliação de modelos murinos utilizando camundongos imunocompetentes e vírus não adaptados para o estudo da Dengue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Beatriz Senra Álvares da Silva
Orientador(a): Campo, Marco Antônio da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34377
Resumo: RESUMO: Existem vários modelos murinos para estudar dengue. Alguns deles utilizam camundongos imunologicamente deficientes ou humanizados, enquanto outros grupos utilizam vírus modificados. Nosso grupo relatou anteriormente um inoculo intracraniano de DENV altamente virulento em camundongos imunologicamente competentes (C57BL/6), causando a morte dos camundongos. A infecção intracraniana realizada no presente trabalho teve o intuito de comparar a perda de peso ocorrida com este tipo de infecção previamente descrita com a perda de peso obtida após a inoculação subcutânea, utilizando a mesma amostra de camundongos e o mesmo vírus altamente virulento. Neste trabalho, apresentamos um modelo com os mesmos camundongos C57BL/6 usados anteriormente, infectados por via subcutânea com DENV altamente virulento.Neste modelo murino de inoculo subcutâneo, os níveis de citocinas, o hemograma e a produção de óxido nítrico, juntamente com a medida da perda de peso e de mortalidade, foram utilizados para a comparação dos animais infectados em relação aos não infectados, permitindo uma melhor compreensão da doença. Os camundongos foram inoculados pela via intracraniana ou subcutânea e avaliados pelos sinais clínicos da dengue. O hemograma foi realizado pela coloração panótica nos leucócitos para a contagem diferencial e contagem total de leucócitos, hemácias e plaquetas foram realizadas em câmara de Neubauer. As itocina s foram medidas por citometria de fluxo e PCR quantitativa (qPCR). O óxido nítrico foi medido pela reação de Griess após exposição de macrófagos murinos ao virus. Os camundongos infectados com DENV subcutaneamente apresentaram perda de peso, mas não apresentaram nenhum outro sinal clínico. Embora o número de hemácias não tenha sido diferente entre camundongos infectados e não infectados nos camundongos por via subcutanea, o número de leucócitos e de plaquetas diminuiu após a infecção. As citocinas TNF alfa e IFN gama aumentaram após a infecção subcutanea. A infecção subcutânea protegeu os camundongos de uma segunda infecção com o vírus por via intracraniana. A titulação viral no cérebro após a infecção intracraniana ou a soro-neutralização após a infecção subcutânea foram realizadas para confirmar a infecção dos camundongos. Também estudamos um modelo de infecção utilizando a picada do mosquito (previamente infectado com DENV) em camudongos. O resultado neste modelo foi um aumento da expressão de nos2 no cérebro dos camundongos infectados através desta picada de Aedes aegypti infectados. Foi observada também uma maior produção de óxido nítrico ex vivo nos macrófagos de C57BL/6, quando estimulados com DENV, em comparação com a produção em macrófagos não estimulados. Concluindo, o modelo subcutâneo apresentado neste trabalho tem suas limitações, como todos os outros modelos já mencionados na literatura, mas é um novo modelo, que usa camundongos imunologicamente competentes, sendo infectados pela via subcutânea com um DENV altamente infeccioso, resultando em alterações no peso, produção de IFN gama e TNF alfa e diminuição do número das plaquetas. Este modelo subcutâneo apresentado é um modelo adicional interessante para o estudo da resposta imune contra dengue.