Etiologias de casos de hepatites agudas e perfil epidemiológico dos casos de hepatite A atendidos no Ambulatório de Hepatites Virais da FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 1997 a 2015

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bandeira, Derick Mendes
Orientador(a): Rodrigues, Lia Laura Lewis Ximenez de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19362
Resumo: A hepatite A é uma doença imunoprevenível que ainda apresenta grande impacto na saúde da população do Rio de Janeiro. Para analisar o perfil desta doença e os fatores associados a ela, foi realizado um estudo observacional retrospectivo ao longo de 18 anos levantando dados clínicos, laboratoriais, sociais e demográficos dos pacientes atendidos no Ambulatório de Hepatites Virais (AHV), da FIOCRUZ RJ. Ao nosso conhecimento, este é o único trabalho que avaliou, no Rio de Janeiro, a epidemiologia da hepatite A por quase duas décadas, em ampla área geográfica, diagnosticando as coinfecções e analisando fatores relacionados a esta doença. Ao todo, foram registrados 2.792 casos de hepatite aguda, dos quais 1832 pacientes (65,62%) haviam sido diagnosticados com hepatite A. Entre as infecções causadas pelo vírus da hepatite A (HAV), foram encontradas 32 coinfecções de HAV com outros patógenos, dos quais o vírus da hepatite A se mostrou capaz de agravar o curso clínico da dengue. Avaliando-se o perfil dos infectados pelo HAV, observou-se predomínio de indivíduos entre 7 a 17 anos, do sexo masculino, solteiros e de baixa escolaridade. Este perfil se mostrou semelhante na comparação da capital com os demais municípios do estado, sendo a faixa etária, sexo e escolaridade as variáveis analisada com diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos Os casos de hepatite A do AHV apresentaram pico de incidência no verão, sem diferença significativa com as notificações do SINAN. Entre os fatores que poderiam influenciar este perfil, a temperatura média mensal e o volume médio de chuvas mensal do Rio de Janeiro apresentou correlação estatisticamente significativa com incidência mensal de casos no AHV (p=0,0047 e p= 0,0494, respectivamente). Foram selecionados 16 pacientes para análise de banho de praia como fator de risco, destes, em 46,67% dos casos (7/15) o banho ocorreu em praia considerada não própria para banho, metade dos casos (7/14) ocorreu em praias de qualidade anual da água consideradas regular, má ou péssima. Em relação a distribuição espacial dos casos, a zona centro-sul da capital apresentou menor média de casos por bairro e maior quantidade de bairros sem casos registrados pelo AHV. Analisando-se os bairros por Índice de Desenvolvimento Humano, observou-se que a queda do índice acompanhava aumentos na frequência de casos, mostrando que a hepatite A ainda é uma doença intimamente ligada à pobreza