Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Barretto, Raquel Silva |
Orientador(a): |
Figueiredo, Ana Elisa Bastos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53018
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Resumo: |
O aborto é um tema complexo, circunscrito em diversas esferas, que passam pela religião, política, direitos humanos e chegam à saúde pública. No Brasil, é previsto apenas em 03 circunstâncias: em casos de anencefalia, violência sexual ou, quando a gestação significa um risco de vida, sendo a única alternativa para salvar a mulher. Apesar de criminalizado, o aborto sempre existiu e, a sua prática em condições menos seguras ou inseguras reflete nos gastos com internações, na redução do acesso à informação por parte dos profissionais e no comprometimento da saúde física e mental daquelas que optam por realizar o procedimento. No intuito de conhecer as narrativas e, os sentimentos associados ao aborto induzido, segundo a experiência das próprias mulheres, foi realizada uma pesquisa descritivo-analítica. Após a liberação do Comitê de Ética, a primeira etapa consistiu na disponibilização de um Survey nas redes sociais. 81 mulheres brasileiras responderam o questionário, dentre as quais 59 detalharam as suas experiências. Os dados foram trabalhados à luz da Análise do Discurso. Como resultado, as participantes relataram sentimentos diversos, como “ansiedade”, “depressão e solidão”, “culpa e vergonha”, “sensação de não pertencimento do corpo” e “necessidade de escuta”. Contudo, o principal sentimento, que vem sendo silenciado nas discussões sobre o aborto é o alívio. Enquanto a criminalização gera violências no próprio sistema de saúde, que agravam os sofrimentos já existentes entre as mulheres em um momento difícil, o alívio consistiu na consolidação da escolha. Outro cenário trabalhado na pesquisa foi o português. A análise das entrevistas e da organização do sistema de saúde após a descriminalização permitiu concluir que o estigma e a sociedade se modificam com o tempo. Para que o tema possa ser compreendido pela população, é necessário realizar um trabalho incisivo quanto à conscientização. Contudo, um trabalho bem feito no âmbito do sistema de saúde reflete na redução das taxas de mortalidade, na redução da busca pelos procedimentos e na conscientização sobre o planejamento familiar. |