Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Faria, Nieli Rodrigues da Costa |
Orientador(a): |
Santos, Flavia Barreto dos,
Azeredo, Elzinandes Leal de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/22986
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Resumo: |
Atualmente a dengue é a arbovirose de maior importância mundial e um dos principais problemas de saúde pública no Brasil desde sua introdução na década de 1980. Dengue é uma doença febril aguda e geralmente de evolução benigna podendo evoluir para forma grave quando na presença de distúrbios hemodinâmicos, caracterizados por manifestações hemorrágicas graves, derrames cavitários e choque. Apesar do conhecimento crescente a cerca da doença e seu vetor, a evolução da dengue para quadros clínicos graves não está totalmente esclarecida. Os quatro sorotipos do vírus dengue (DENV) variam em termos de patogenicidade e virulência, embora essas diferenças ainda não sejam bem compreendidas. O entendimento dos mecanismos envolvidos na patogênese da doença e a identificação precoce de marcadores de gravidade constitui um dos principais desafios das pesquisas envolvendo dengue. Desta forma, o objetivo deste estudo foi de analisar os aspectos virais, epidemiológicos, clínicos e imunológicos de infecções causadas por DENV-2 circulantes no Brasil. Para isto, amostras de DENV-2 isoladas de pacientes com diferentes manifestações clínicas e representativas de seis estados brasileiros, de 1990 a 2010 foram sequenciadas. Avaliamos 260 casos confirmados de dengue atendidos nos centros de saúde dos estados do Rio de Janeiro (RJ) e Mato Grosso do Sul (MS) nos anos de 2010 e 2013. Os pacientes foram classificados de acordo com a nova classificação da OMS, 2009 nos grupos: 163 (62.7%) dengue sem sinais de alarme (DSSA), 75 (28,8%) dengue com sinais de alarme (DCSA) e 16 (6.2%) dengue grave (DG). Os resultados obtidos pelo sequenciamento parcial e / ou total do genoma caracterizaram as amostras de DENV-2 brasileiras como pertencentes ao genótipo do Sudeste Asiático e duas linhagens dentro deste genótipo foram identificadas As cepas circulantes na introdução do DENV-2 1990-2003) pertencem à Linhagem I e cepas isoladas após a reintrodução do DENV-2 em 2007 pertencem à Linhagem II. A análise da carga viral das duas linhagens de DENV-2 demonstrou altos títulos em amostras originárias de pacientes graves e do período 2007-2010 (linhagem II) quando comparados com as amostras do período 1990-2003. Ainda, a análise comparativa de epidemias ocorridas no MS em dois períodos distintos (DENV1/2 em 2010 e DENV-4 em 2013) demonstrou que apesar da circulação dos 4 sorotipos de DENV no estado, a reintrodução do DENV-4 não resultou numa maior incidência de casos graves. Por outro lado, pacientes infectados pelo DENV1/2 (2010) apresentaram menores contagens de plaquetas, maiorfrequência de hospitalização e casos graves quando comparados com os pacientes infectados pelo DENV-4 (2013). A proteína não estrutural NS1 é frequentemente associada com casos graves de dengue e, de fato, altos níveis circulantes de NS1 foram encontrados em pacientes infectados pelos sorotipos DENV1/2 e apresentando formas mais graves da doença. Um caso fatal decorrente de hepatite fulminante, uma rara complicação da infecção pelo DENV, com diagnostico confirmado de infecção pelo DENV-2 (linhagem II) foi reportado em um paciente sem histórico prévio de doença hepática. Por fim, avaliamos a resposta imunológica inata in vitro induzida pelas duas linhagens de DENV-2 determinando as taxas de replicação viral e a indução de um perfil de citocinas após infecção de células dendríticas derivadas de monócitos humanos realizando análises comparativas Os resultados demonstraram que ambas linhagens de DENV-2 foram capazes de infectar células dendriticas humanas e não foram observadas diferenças quanto a taxa de replicação viral ou produção de citocinas quando estas foram comparadas entre si. Interessantemente, sobrenadantes das células dendriticas infectadas com linhagem II apresentaram altos níveis da proteína NS1. Estes resultados em conjunto sugerem que a filogenia e caracterização molecular das cepas de DENV circulantes podem predizer o impacto de cepas virulentas na população. Além disso, a identificação de biomarcadores, relacionados tanto ao hospedeiro quanto ao vírus, poderá contribuir na prevenção das formas graves da doença |