Caracterização da maquinaria de processamento de miRNAs e piRNAs em Biomphalaria glabrata e o efeito da infecção por Schistosoma mansoni no processo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Queiroz, Fábio Ribeiro
Orientador(a): Coelho, Paulo Marcos Zech
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/10919
Resumo: A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 240 milhões de pessoas, em 78 países, necessitam de tratamento para esquistossomose, uma doença crônica causada por trematódeos do gênero Schistosoma. No Brasil, o Schistosoma mansoni é o único representante deste gênero, cuja passagem pelo hospedeiro invertebrado, caramujos do gênero Biomphalaria, é obrigatória antes de infectar um hospedeiro mamífero, entre eles o homem. A interação parasito-hospedeiro invertebrado é complexa, podendo o grau de susceptibilidade do caramujo à infecção variar desde extremamente permissivo até completamente resistente. Com o genoma e transcriptoma de B. glabrata disponíveis, o estudo de genes relacionados à regulação da expressão gênica, principalmente aqueles responsáveis pela maquinaria de processamento de miRNAs e piRNAs poderão auxiliar no entendimento da biologia do vetor B. glabrata bem como sua relação como o parasito S. mansoni. Alguns aspectos da interação parasito-hospedeiro invertebrado continuam pouco explorados, incluindo a participação dos pequenos RNAs não codificadores de proteínas como miRNAs, siRNAs e piRNAs. Utilizando ferramentas de bioinformática e PCR quantitativa, buscamos identificar e caracterizar a maquinaria de processamento de miRNAs e piRNAs em B. glabrata. Nosso trabalho demonstra que a maquinaria necessária para o processamento destas moléculas está ativa em B. glabrata com expressão gênica diferencial dos genes Argonauta, Drosha, Piwi, Exportina 5 e Tudor em diferentes estágios de desenvolvimento do animal bem como durante a infecção pelo S. mansoni. As análises de bioinformática utilizadas nesse trabalho mostraram a alta conservação dos genes envolvidos na maquinaria de miRNAs e piRNAs utilizando análise e distribuição de domínios conservados, análise de resíduos do sítio catalítico bem como análise filogenética. Estes dados sugerem que a maquinaria de silenciamento mediada por miRNAs e piRNAs interferem na biologia do caramujo durante todo o seu ciclo de vida, além de contribuir, de maneira ainda indefinida, na relação B. glabrata/S. mansoni. Estudos mais detalhados necessitarão ser realizados para confirmar a participação das preditas proteínas da via de miRNAs e piRNAs na relação parasito/hospedeiro, principalmente sua participação efetiva em seus genes alvos, uma vez que o parasito S. mansoni não possui expressa a via de piRNAs em seu genoma