Trabalho prescrito e trabalho real nas ações de controle vetorial do Aedes Aegypti: nocividade frente ao uso de produtos químicos formulados à base de ingredientes ativos de agrotóxicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Guedes, Clenio Azevedo
Orientador(a): Augusto, Lia Giraldo da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/22961
Resumo: A expansão das arboviroses transmitidas por mosquitos do gênero Aedes, tais como Dengue, Chikungunya e Zika, tem sido observada de modo crescente em vários países recentemente. O modelo de controle das arboviroses preconizado pelo Ministério da Saúde do Brasil é pautado no uso de produtos químicos para o controle do vetor, não contemplando efetivas medidas de segurança para os Agentes de Saúde Ambiental e Combate às Endemias (ASACE). O presente estudo buscou avaliar como são percebidas as nocividades para a saúde dos trabalhadores que atuam no controle do Aedes aegypti devido à exposição a substâncias químicas. Foi realizado um estudo de caso com os ASACE do município do Recife mediante o método da Análise Coletiva do Trabalho (ACT). Foi evidenciado que, nas ações de controle vetorial, os ASACEs se expõem a substâncias químicas durante o preparo da calda, aplicação, manutenção/limpeza do aplicador costal, no armazenamento e transporte dessas substâncias e pelo contato com equipamentos de proteção individual (EPI) contaminados. Não há uma política de educação continuada para o manuseio de produtos químicos. Os trabalhadores não recebem os EPI completos, adequados e dentro do prazo de validade, tampouco treinamento para seu uso. O controle periódico da saúde não é desenvolvido, e os trabalhadores revelaram queixas de saúde que podem estar relacionadas com a exposição aos produtos químicos utilizados. As diferenças existentes entre o trabalho prescrito e o real foram explicitadas na visão crítica dos trabalhadores, que compreendem que o uso dos venenos, além de não resolver os problemas das arboviroses, pode afetar sua saúde, a da população e o ambiente. A discrepância entre o trabalho prescrito e o real também se evidenciou na precarização do trabalho, que apresenta diversas situações de risco não consideradas pelo sistema de saúde local, mas que são percebidas pelos trabalhadores, gerando descontentamento e insegurança (AU)