Efeitos da fosforilação de proteínas em Leishmania (L.) amazonensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Magre, Aline Felizardo
Orientador(a): Santos, Marcos André Vannier dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34071
Resumo: Leishmania spp. são protozoários parasitas causadores de várias patologias humanas, que incluem desde úlceras cutâneas simples, com resolução espontânea, até comprometimento visceral, potencialmente fatal. O ciclo de vida do parasito apresenta duas formas evolutivas e numerosos morfotipos. A diferenciação durante o ciclo evolutivo do parasito é induzida por modificações no microambiente e é controlada, entre outros fatores, por um complexo balanço entre fosforilação e defosforilação de proteínas específicas, principalmente em resíduos de tirosina, serina e treonina. Ao contrário de células de mamíferos, pouco se conhece a cerca das cascatas de sinalização de protozoários. Nesse estudo foram testados os efeitos dos inibidores de proteína cinases estaurosporina, genisteína e tirfostina 25 na proliferação in vitro de L. (L.) amazonensis. Concentrações a partir de 1 µM de estaurosporina resultaram no completo bloqueio do crescimento celular. Genisteína (10-100 µM) e tirfostina 25 (50-150 µM) inibiram o crescimento de forma dose-dependente. O perfil eletroforético dos parasitos tratados não revelou modificações significativas na expressão de proteínas, mas a fosforilação em resíduos de tirosina e serina foi diminuída. A análise por microscopia eletrônica de transmissão dos parasitos revelou alterações na morfologia mitocondrial, no empacotamento do kDNA, no número de corpúsculos basais e flagelos e, em algumas células, um grande aumento no volume da bolsa flagelar, sugerindo alterações nas vias endocítica e/ou exocítica. Com o objetivo de abordar tais vias neste parasito, estudamos bioquimicamente e citoquimicamente a atividade fosfatase ácida. Parasitos tratados com os três inibidores por 1 h e 24 h apresentaram atividade fosfatase ácida secretada significativamente diminuída. Com a finalidade de estudar as vias de sinalização doparasito na interação com a célula hospedeira, promastigotas pré-tratados com os antagonistas foram incubados com macrófagos peritoneais. Observamos que estaurosporina 1 µM inibiu, de forma significativa, a internalização e a sobrevivência intracelular dos parasitos. Nossos dados sugerem que inibidores de proteína cinases podem exercer efeitos na morfologia, infectividade e proliferação de Leishmania, bloqueando o ciclo celular desses parasitos.