Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Alladagbin, Dona Jeanne |
Orientador(a): |
Santos, Washington Luis Conrado dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50135
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Além daqueles tradicionalmente reconhecidos como principais fatores de risco da doença renal, uma ênfase crescente tem sido atribuída à constituição genética dos pacientes. OBJETIVO: Estimar a frequência das variantes de risco de APOL1 e da hemoglobina em pacientes submetidos à biopsia renal na Bahia, e avaliar a associação entre essas variantes e a progressão das doenças glomerulares nesses pacientes. MÉTODO: Estudo de coorte prospectiva, incluindo 326 pacientes submetidos à biópsia renal. As variantes da hemoglobina foram definidas por cromatografia líquida de alta eficiência e os genótipos de APOL1 foram determinados por sequenciamento do DNA de 304 pacientes. Os pacientes foram acompanhados durante cinco anos para avaliar os marcadores de progressão de doença. RESULTADOS: Dentre os pacientes, 22,7% têm um alelo de risco e 4,3% têm dois alelos de risco da APOL1. A idade mediana foi menor nos pacientes portadores de dois alelos de risco APOL1, p = 0,04. Entre os pacientes com dois alelos de risco, 61,5% apresentavam glomeruloesclerose segmentar focal (FSGS), p <0,001. A proporção de inflamação intersticial, fibrose túbulo-intersticial, esclerose global e / ou segmentar e escore de atrofia tubular foi maior nos pacientes com dois alelos de risco, (p <0,05 para cada um deles). Houve um declínio progressivo na taxa média de filtração glomerular em pacientes com dois alelos de risco durante os cinco anos de acompanhamento: (de 79 ± 51 mL / min / 1,73 m2 para 22 ± 13 mL / min / 1,73 m2, p = 0,004), comparado àqueles com um (de 77 ± 41 mL / min / 1,73 m2 para 194 ± 54 mL / min / 1,73 m2), p = 0,74 ou nenhum (de 74 ± 47 mL / min / 1,73 m2 para 78 ± 45 mL / min / 1,73 m2, p = 0,45) alelo de risco do APOL1. A sobrevida renal é significativamente menor (69%) para pacientes com dois alelos de risco do APOL1 em comparação com 94% e 91% entre os grupos com um e sem alelos de risco, respectivamente, p = 0,0 A proporção de pacientes diagnosticados com GESF que evoluíram para DRET foi significativamente maior em indivíduos com dois alelos de risco (33%) do que naqueles com um alelo de risco (0%) ou sem alelos de risco (3%), p = 0,04. A frequência do traço falciforme (HbAS, 4,3%) e do traço de hemoglobina C (HbAC, 3,7%) não foi diferente da encontrada na população em geral (4,5% e 2,2%, respectivamente). Cinco anos depois da biopsia renal, a taxa média de filtração glomerular foi de 35 mL / min / 1,73 m2 em pacientes com traço falciforme, enquanto nos grupos HbAA e HbAC, ela foi de 84 mL / min / 1,73 m2 e 103 mL / min / 1,73 m2 respectivamente, p = 0,01. Pacientes com traço falciforme desenvolveram DRET com mais frequência, necessitando de diálise (31%) do que aqueles com HbAA (8%) (p = 0,02). CONCLUSÕES: Pacientes com genótipo de alto risco do APOL1 desenvolvem uma forma mais grave da GESF com evidências histológicas de prognostico pior e progressão mais rápida para estágio terminal da doença. Não há diferença na frequência de HbAS ou HbAC entre os pacientes submetidos a biópsia renal e a população geral. Porém, pacientes com HbAS apresentam declínio mais rápido da taxa de filtração glomerular, menor sobrevida renal em comparação aos pacientes com HbAA. |