Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Souza, Raquel Lima de |
Orientador(a): |
Ribeiro, Guilherme de Sousa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54965
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: No Brasil, os vírus da dengue (DENV), Zika (ZIKV) e chikungunya (CHIKV) co-circulam desde 2015 e, entre 2016 e 2018, o país enfrentou os piores surtos da Febre Amarela Silvestre (FAS) desde a década de 1940. Estudos ambientais e entomológicos com uso de dados primários podem ajudar na identificação de características ambientais e ecológicas que contribuem para proliferação de vetores de arbovírus. Neste estudo, realizamos um extenso monitoramento ambiental e entomológico em um fragmento de Mata Atlântica e em uma comunidade urbana de Salvador. OBJETIVO: Realizar investigações ambientais e entomológicas em um fragmento urbano de Mata Atlântica e em uma comunidade urbana de Salvador para investigar características ambientais e ecológicas que contribuem para proliferação de vetores de arbovírus. MÉTODOS: Entre maio e agosto de 2018, mosquitos adultos foram coletados usando o método de atração humana protegida e esclarecida e armadilhas luminosas do tipo CDC (solo e copa) no fragmento de mata existente no Parque da Cidade. Foram amostrados 30 pontos de coleta: 8 em áreas de floresta de restinga e 22 em floresta ombrófila densa. Entre setembro de 2019 a abril de 2021, realizamos quatro ciclos de coleta na área privada (domicílios sorteados) e área pública (ex: ruas, praças, bocas de lobo etc), em uma área de Pau da Lima. As inspeções consistiram em caracterização de criadouros; coleta de imaturos, aspiração de mosquitos adultos, e instalação de ovitrampas. RT-PCR para DENV, ZIKV e CHIKV, foi realizado em pools de espécimes fêmeas de Ae. aegypti coletados na comunidade. RESULTADOS: No Parque da Cidade, coletamos um total de 11.914 mosquitos. As espécies mais abundantes coletadas por CDC foram Culex quinquefasciatus, Limatus spp. e Wyeomyia spp., enquanto por atração humana foram Cx. quinquefasciatus, Wy. spp. e Ae. albopictus. A diversidade de mosquitos foi maior em floresta de restinga comparada com floresta ombrófila densa. Em Pau da Lima, identificamos 316 e 186 potenciais criadouros nas áreas privada e pública respectivamente. Destes, 18 (5,7%) e 7 (3,7%) com Ae. aegypti imaturos, respectivamente. Criadouros sem cobertura, cercados por vegetação e contendo acúmulo de matéria orgânica (visível) na água foram significativamente associados à presença do Ae. aegypti imaturo, assim como os domicílios que possuíam reservatórios de água. Não detectamos hotspots do Ae. aegypti através do uso de índices entomológicos baseados em imaturos, ovos ou adultos. Nenhum dos pools testados foi positivo. CONCLUSÕES: Nossos achados demonstram que fragmentos florestais dentro de parques urbanos podem oferecer oportunidades de transmissão de vírus de mosquitos para humanos, bem como comunidades urbanas em situação de vulnerabilidade social, apresentam características importantes que contribuem para a proliferação do Ae. aegypti. Assim, são necessários levantamentos ambientais e entomológicos periódicos para determinar o risco de transmissão de arbovírus nesses ambientes. |