Reflexões sobre o cuidar na terminalidade: uma perspectiva da atividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kappaun, Nádia Roberta Chaves
Orientador(a): Oliveira, Simone Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40173
Resumo: Na sociedade contemporânea, a morte ocorre no ambiente hospitalar, com o indivíduo isolado e expropriado de si. Propostas como os cuidados paliativos ou a defesa do direito de morrer, exigem a atuação do profissional da saúde, que não é preparado para lidar com a terminalidade. Publicações científicas enfocam, frequentemente, o doente, suas demandas ou qual a forma correta de morrer. Com essa pesquisa, propõe-se a aproximação do tema a partir do processo de cuidado, objetivando analisar o cuidado na terminalidade a partir da perspectiva da atividade, contribuindo para as discussões na área da saúde. As reflexões se deram em três etapas: análise teórica sobre discursos circulantes quanto ao cuidado na terminalidade na área da saúde, análise da atividade em cuidados paliativos e análise da atividade em um hospital geral, sem equipe de cuidados paliativos para pacientes internados. Os resultados são apresentados em três artigos. O primeiro, já publicado, discute a presença, em unidade especializada em cuidados paliativos, de uma potência para a atuação dos profissionais, que viam contemplados seus valores quanto ao cuidado realizado e alívio de sintomas de seus pacientes. Demonstrou-se que a associação de habilidades dos profissionais com as condições disponibilizadas pela instituição era fundamental para o sucesso do cuidado. O segundo artigo, um ensaio teórico, discute a evolução da relação da sociedade ocidental com a morte, focalizando os discursos contemporâneos. Com o referencial teórico da Ergologia, identificou-se alguns elementos que permeiam os discursos sobre o cuidado nessas situações. O terceiro artigo apresenta a análise de dados produzidos por pesquisa em um hospital geral, sem equipe de cuidados paliativos na internação. A compreensão dos profissionais quanto aos cuidados adequados para os pacientes terminais girou em torno da oferta de conforto. Destaca-se a necessidade de um comprometimento institucional (Estado e serviços) e não somente de mudanças na formação e atuação dos profissionais. Ao final, considera-se que o profissional da saúde deve gerir diversas contradições (institucionais e socioculturais) para o cuidado ao paciente terminal, por isso não deve ser o único responsabilizado pela realização do cuidado adequado. Isso aponta a necessidade de contextualizar, a partir da atividade de profissionais de saúde, ações, políticas e propostas de cuidado na terminalidade.